Aquele que não se manifesta contra fatos que o desabonam concorda com eles. Tião Bocalom, o amoral, aético e atrapalhado prefeito de Rio Branco, desdenha da justiça, e por todo o retrospecto que desabona a sua gestão parece chamar de otários não apenas os que investigam e julgam desmandos no serviço público. Também passa atestado de imbecis àqueles que lhe deram a chance de governar uma capital. Evidências de corrupção transbordam no noticiário sem que o entorno do prefeito – e nem ele próprio – venha a público explicar-se.
Bocalom jamais explicou por quais razões foi chamado a depor na delegacia de polícia, em inquérito sobre corrupção em seu governo que a Polícia Civil insiste em colocar numa redoma intransponível, como se a sangria de dinheiro público não fosse de interesse público.
Bocalom jamais explicou por quais razões mandou homologar uma madeireira, sem licitação, para comprar de matéria-prima (toras) desde um projeto de Manejo de Xapuri, sem Documento de Orígem Florestal (DOF), para construir as tais 1001 casas populares;
Também não explicou por que paga aluguel de galpões, à dita madeireira, de propriedade de seus apoiadores políticos.
O prefeito jamais deu uma justificativa às milhares de famílias que aguardavam, no Dia das Mães, a entrega de unidades habitacionais prometidas como sinal de dignidade para quem vive em locais de risco ambiental e sem casa própria – caso evidente de golpe com intuito de obter apoio na campanha eleitoral.
Bocalom silenciou diante da mais recente – e gravíssima – denúncia envolvendo a mulher do seu vice (Alysson Bestene), dona Roberta Lins, que é mantida na folha da prefeitura sem dar expediente, já que cursa Medicina na Uninorte, em tempo integral (de 10 a 16 horas ao dia dentro da universidade).
Bocalom mentiu ao afirmar que o Programa Ruas do Povo estariam judicializadas, razão pela qual não poderia entrar com homens e máquinas nas periferias de Rio Branco para fazer as esperadas melhorias que prometeu na campanha de 2020. O Ministério Público tratou de desmentir o prefeito ao esclarecer que o próprio Bocalom, como gestor da cidade, tem port obrigação executar os serviço, não havendo qualquer impedimento legal para tanto. Esclareceu, ainda, que o prefeito deveria contratar auditoria-vistoria independente, periciar e fotografar as regiões que ele acusa ter havido corrupção no passado, e somente após isso, caso queira, judicializar a questão.
Bocalom não mandou periciar as ruas, não melhorou os acessos nos bairros mais castigados de inverno a verão e não deu satisfação aos moradores que o ajudaram a ganhar as eleições.
Bocalom tem rejeição enorme de segmentos como os fazedores de cultura, por não ter cumprido a promessa de fomentar esporte, lazer e eventos culturais na capital.
Bocalom é rejeitado por 85% dos 150 presidentes de bairros em Rio Branco, segundo apontou a Umarb (união Municipal das Associações de Moradores de Rio Branco). O motivo é o já conhecido de todos: o prefeito e seu secretariado não atendem aos pedidos das comunidades para resolver problemas estruturais no saneamento, água e esgoto, tapa buracos e pavimentação de ruas.
A expressão “quem cala consente” eram decretais em cartas oficiais dos papas medievais em resposta a consultas populares sobre questões jurídicas e morais. O que o líder do clero decidia acabava virando lei”, como Ricardo da Costa, historiador e professor da Universidade Federal do Espírito Santo e da Universidade de Alicante, na Espanha.