Há exatos 12 meses, o então secretário de Governo, Alysson Bestene, era aclamado o candidato do PP (Partido Progressista) a prefeito de Rio Branco. Um vídeo raro, agora recuperado pela Editoria Política de oseringal, mostra o número 2 do partido, Lívio Veras, ladeado de todos os membros da legenda, ouvindo atento à deliberação unânime pela expulsão do prefeito Tião Bocalom por infidelidade partidária. Foram quatro pedidos em sequência para expurgar o prefeito.
Todos aplaudem a deliberação, naquela época acreditando numa ascensão de Alysson e festejando o fato de Bocalom não ter mais espaço na legenda. Deliberação esta, aliás, que teve a concordância de todos os detentores de mandato.
A deputada federal Socorro Neri, então presidente da Executiva Municipal do PP, acatou o que decidiu a maioria, e foi quem detalhou aquilo que havia sido consenso entre os dirigentes progressistas, para os quais o prefeito também abusou de sua prerrogativa ao atacar o governador e ainda extrapolou limites éticos que afetaram profundamente o estatuto do PP. Atitudes “imperdoáveis” e decisões “irreversíveis”, como eles próprios admitiram.
Hoje, a legenda está no palanque do prefeito, que se desligou antes de conhecer o veredicto da expulsão, saiu atirando e migrou para o PL. Foram 6 meses de indefinições até o PP em Rio Branco se libertar de uma ilusão: a candidatura solo era inviável, muito embora a grandeza do partido, que tem ainda o governador e a vice.
O expurgado de ontem transformado na alma gêmea de hoje.