A gestão do prefeito Tião Bocalom comprou 16.200 caixas de mosquito modificado geneticamente com valor superfaturado junto à empresa fornecedora, a Estação de Limpeza, Comércio, Atacadista e Varejo LTDA, sediada no Estado de Goiás.
Os recursos usados são oriundos do SUS, e a Controladoria Geral do Município, no Portal Transparência, deu aval à compra sem cruzar os valores ofertados pelo fornecedor e os pagos pela prefeitura.
O site da empresa oferece a caixa por R$ 199,00. A Prefeitura de Rio Branco pagou R$ 81,00 a mais por unidade, o equivalente a um superfaturamento superior a R$ 1.3 milhão. A suspeita é que esse dinheiro esteja alimentando a campanha do prefeito à reeleição.
O mosquito biônico criado em laboratório para atuar no combate ao vetor da dengue é visto como inviável economicamente. O Ministério Público de Goiás (MPGO) já recomendou no mês passado ao município de Aparecida de Goiânia a suspensão da execução do Contrato nº 330/2024, com provas cabais de superfaturamento, no valor de R$ 17.997.840,00. O contrato, firmado com a empresa Estação da Limpeza Comércio Atacadista e Varejo Ltda, destinou-se à compra do material denominado Aedes do Bem.
Lá, igualmente em Rio Branco, assegura a promotora de justiça Suelena Caetano, verificou-se que a administração não demonstrou os requisitos da inviabilidade de competição (dispensa de licitação) e a exclusividade no uso do produto. Tampouco foi possível verificar os motivos pelos quais a tecnologia contratada era mais adequada do que outras tecnologias biológicas, sanitárias ou de saúde para o combate ao vetor da dengue e outras arboviroses.
A reportagem buscou informações junto á Estação de Limpeza, por meio do telefone 62 98284 0581. Uma mulher que não quis se identificar se apresentou como “gestora administrativa” e pediu para aguardar um retorno do seu Departamento Financeiro.
A Secretaria de Comunicação de Rio Branco não retornou ás chamadas.
O Ministério Público do Acre deve abrir o que chama de notícia de fato, para apurar o caso.