Meio milhão no saco: pra receber, militância de rua contratada por Bocalom é levada pra mata e obrigada a descartar celulares

A coordenação da campanha do prefeito Tião Bocalom levou dezenas de cabos eleitorais para uma chácara, na Estrada de Porto Acre, situada por trás da Distribuidora Karina, no inicio da noite desta quinta-feira, para efetuar pagamentos. Uma van cheia de prestadores de serviços saiu do comitê do candidato, sob a coordenação de um dos coordenadores conhecido como “De Souza”. O veículo deixou o local às pressas somente com os contratados do PP (Progressistas), para evitar atenção da Polícia Federal.

Três cabos eleitorais com os quais a reportagem conversou no início da manhã desta sexta-feira disseram que todos foram obrigados a colocar seus celulares dentro de um saco de lixo preto. “Levaram a gente pra mata. O segurança chegou com quase meio milhão de reais. Foi uma humilhação. Parecia coisa de facção”, declarou uma trabalhadora.

São 160 militantes de rua do PP e mais de 200 do PL contratados.

Nesta quinta-feira, o vice-presidente do Progressista, Lívio Veras, foi agredido após invasão em sua casa. Ele, mais tarde, deu uma versão de “assalto”, que não convenceu. E, estranhamente, não prestou queixa na delegacia.

A “rota”, transporte que busca os trabalhadores, havia desistido do serviço nesta sexta-feira, mas a pressão dos trabalhadores fez a coordenação mudar de idéia. Nesta sexta, quem ainda não recebeu chega aos poucos ao comitê central e não sabem quanto tempo devem esperar para ter o dinheiro em mãos.

O pessoal do PL (partido do prefeito) esperar receber seus pagamentos ainda hoje. Eles prometeram pagar hoje.

A reportagem teve acesso a um áudio em que um dos cabos eleitorais que estava lá afirma ter retornado pra casa sem seus pagamentos (ouça acima).

“O pessoal contratado pelo PL para balançar bandeira não recebeu. A esperança deles é pra essa sexta-feira. Estamos indo para o comitê. Deus queira que a gente não leve calote”.