Os progressistas estão com orelha em pé. Não demonstram mais confiança em Tião Bocalom. O “amor” acabou após o prefeito, horas após ser reeleito, mostrar unhas e dentes. Se deu uma importância que não tem ao descartar alguns aliados que o ajudaram. E garantir que “em equipe que tá ganhando não se mexe”, um recado aos que pretendiam opinar para “melhorar a gestão” e ocupar espaços de poder a partir de janeiro.
“É preciso cumprir acordos”, foi a declaração do governador em jantar, há duas semanas, com a presença do prefeito, em que nem mesmo as assessorias do governo e da prefeitura conseguiram captar imagens dos dois juntos. Os afagos, tapas no ombro e declarações mútuas ficaram na campanha.
Em alerta, o PP movimenta-se para garantir a eleição do vereador Samir Bestene à Presidência da Câmara Municipal de Rio Branco. E não aceita negociar.
Bocalom, por sua vez, estaria exigindo que o cargo seja ocupado pelo ex-diretor da Zeladoria, Joabe Lira, indisfarçadamente o mais beneficiado com a estrutura da máquina municipal na campanha e a quem o prefeito confiar tudo, tudo, até mesmo detalhes de sua vida privada. Lira, também para o prefeito, é o nome que deve ascender ao comando do parlamento mirim.
E agora?
Há, de fato, a possibilidade de Joabe e Samir se revezarem como presidente, cada um mandando na Câmara por 2 anos, até o fim de seus mandatos. A questão é quem vai largar na frente nessa possível dobradinha. Daqui a dois anos, teremos eleições majoritárias gerais (governo, senado, Aleac e Câmara Federal). A desconfiança citada acima versa sobre a imprevisibilidade do prefeito, que já descartou o senador Alan Rick como aliado e nada garante que entregue a prefeitura ao vice, Alysson Bestene, como foi apalavrado quando o PP decidiu se unir a ele num momento em que as pesquisas projetavam vitória do oponente, Marcus Alexandre (MDB).
Prevalece o sentimento de mera coadjuvância entre os progressistas, que fracassaram ao lançar candidatura própria e precisaram servir de “escada” ao prefeito de olho em 2026.
Alguém acredita que Bocalom entregará a prefeitura ao Alysson e sairá para deputado federal, evitando confrontar Mailza Assis (investida no cargo de governadora) e Alan Rick (hoje o preferido para ser governador)?
Alguém acredita que o prefeito disputará vaga de senador, numa disputa com próprio Gladson e a deputada Socorro Neri (os mais cotados para as duas vagas se as eleições fossem hoje)?
Bocalom aguentaria uma “chamada” do governador para que se afaste agora e permita que as eleições na câmara sigam sem interferências?
Seria a hora de o próprio governador mostrar ao prefeito quem manda na “p…toda” após eleger 14 prefeitos (incluindo os maiores colégios eleitorais do Acre) e sagrar-se o grande vencedor destas eleições?
Quem não conhece Bocalom que esteja preparado para o que vai rolar ainda.
Ele não deixa a cadeira de prefeito.
Anote !