O piloto Felipe Drugovich participa nesta sexta-feira (25/10) do 1º Treino Livre do Grande Prêmio do México de Fórmula 1. O brasileiro, que é reserva da Aston Martin, ocupará a vaga do espanhol Fernando Alonso. E um brasiliense foi importante para que “Drugo” chegasse à categoria.
Pedro Lôbo, de 49 anos, atua como técnico especializado em saúde mental de diversos pilotos importantes. Além de Drugovich, Lôbo também trabalha com Rafael Câmara, campeão da Fórmula Regional Europeia de 2024 e Felipe Nasr, que esteve na Fórmula 1 entre 2015 e 2016.
Em entrevista ao Metrópoles, Lôbo explicou como funciona o seu treinamento, que ele chama de Método One Percent Mindful.
“O piloto, ele está no centro, mas antes de tudo, é um ser humano. E esse ser humano tem o automobilismo, ele tem a família, ele tem o patrocinador, né? Então a gente busca o equilíbrio nele como um todo, uma saúde integral, física, mental e emocional. E em cima desse equilíbrio como um todo. Isso tudo vai interferir no resultado como um piloto. Então a gente olha o ser integral e buscando entendendo que alta performance e saúde andam juntas”.
“Não existe performance sem saúde mental. Porque hoje você pode fazer a parte física e nutricional, copiar o que Max Verstappen faz, copiar o que os melhores fazem, mas a saúde mental é individual. Cada um precisa de um tipo de atenção, um tipo de cuidado.
Equilíbrio entre saúde mental e alto rendimento
Pedro Lôbo é conhecido no cenário do automobilismo. Ele esteve com Felipe Drugovich durante a campanha do piloto ao título da Fórmula 2. Hoje, com o brasileiro ocupando a posição de reserva da Aston Martin, o treinador ainda trabalha com ele.
“Com o Drugovic na Fórmula 2, a gente fazia todo o trabalho on-line. Então, eu acordava na madrugada, a gente tinha sessões, a gente tinha sessões semanais, e no final de semana de corrida a gente se falava antes de cada treino, depois de cada treino, antes da classificação, depois da classificação, antes da corrida. Então, quando eu estou, mesmo de Brasília, eu consigo trabalhar, eu trabalhei com o Drugovic na Fórmula 2 o ano inteiro de maneira on-line”.
Lôbo ainda destaca que tem que ter um equilíbrio entre a cobrança e o bem-estar do atleta. Para o treinador, é importante acolher e entender o momento de cada piloto para o auxiliar da melhor forma em busca de resultados positivos.
Trabalho com Rafael Câmara
“Para ser campeão, a gente tem que equilibrar essa autocobrança, porque o mal resultado, um dia ruim, a gente vai ter no ano. Como eu não deixo um resultado ruim afundar (o piloto) e ir ladeira abaixo, a gente tem que saber acolher, lidar com essa mente dura e crítica que a gente tem. Porque o atleta se dedica, ele abre mão de muitas coisas na vida dele, para chegar nesse lugar. E dentro do automobilismo, às vezes ele começou no kart com seis, sete, oito anos, e ele vai ter uma oportunidade aos 18, 20, 21 anos”.
Campeão da Fórmula Regional Europeia, a FRECA, e já com contrato para correr na Fórmula 3 em 2025, o jovem Rafael Câmara, de 19 anos, é outro piloto que conta com o auxílio de Lôbo. O treinador, inclusive, está em Monza, na Itália, para acompanhar a última etapa da competição na Europa.
“Rafael Câmara, foi campeão agora aos 18 anos. Há quantos anos ele está no automobilismo para chegar onde ele está? Porque ele está chegando agora e tem a oportunidade para chegar na F3. Então, se a gente não desenvolve no atleta, em qualquer atleta, mas principalmente no autobilismo, essa voz mais acolhedora, essa mente menos crítica e dura, muitas vezes pode afundar um atleta, porque ele tem que saber lidar dias bons e dias ruins”.
Fonte: Metrópoles