Alta do dólar assusta e Haddad fica para trabalhar no corte de gastos

A disparada do dólar, que fechou a última sexta-feira a R$ 5,869, no maior valor desde a pandemia, em 2020, ligou o alerta no governo Lula.

A administração federal é cobrada pelo mercado financeiro a apresentar seu plano de corte de gastos públicos para se adequar a seu arcabouço fiscal e a demora vem contribuindo para o nervosismo, apesar de a eleição nos EUA também somar para o cenário de dólar caro.

A turbulência levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pedir o cancelamento de uma viagem oficial a países da Europa de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele partiria já nesta segunda-feira (4/11) e ficaria até sábado (9/11), com compromissos em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas.

“A pedido do presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará em Brasília ao longo da próxima semana, dedicado aos temas domésticos”, diz nota divulgada no domingo (3/11) pelo Ministério da Fazenda.

Com a ministra Simone Tebet, no Planejamento, Haddad montou cenários do que pode ser cortado e apresentou para a decisão política do presidente da República.

A viagem do ministro provocaria mais espera, porém, na decisão final sobre a revisão de gastos públicos.

Ministro da Fazenda reduziu ritmo de viagens em 2024

A expectativa

“Fizemos uma boa proposta, uma fórmula adequada. Assim como o arcabouço [fiscal], no ano passado, dissipou incertezas, e a gente teve um ano excelente na sequência, com queda do juro, queda do dólar, ancoragem das expectativas. Eu espero que aconteça a mesma coisa [neste ano]. O trabalho que nós estamos fazendo é para que isso aconteça de novo”, afirmou Haddad na última quarta (30/10) sobre o corte de gastos.

“Entendo a inquietação, faz parte. O mundo está nervoso por causa das eleições nos Estados Unidos, tem desaceleração na China, commodity está no vai e vem, mas com tendência de queda. Tem vários elementos que estão compondo esse quadro”, declarou ainda o ministro da Fazenda de Lula.

Haddad também informou que o Ministério da Fazenda e a Casa Civil chegaram em um consenso sobre as medidas de revisão de gastos públicos, após reunião com o ministro Rui Costa na terça-feira (29/10) passada.

7 imagens

1 de 7

O chefe da Casa Civil criticou as bets

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

2 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

3 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

4 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

5 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

6 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

7 de 7

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Segundo ele, o foco agora está na redação da proposta de emenda constitucional (PEC). Ainda conforme o ministro, isso significa dar robustez jurídica para as medidas de corte de gastos.

Inicialmente, segundo o governo, não havia pressa para terminar o texto e apresentá-lo ao Congresso Nacional, visto que as medidas só deverão ter impacto nos Orçamentos de 2025 e 2026. Tudo mudou com a pressão da alta do dólar, que traz custos fiscais e políticos ao governo.

Giro pela Europa fica para depois

O ministro da Fazenda passaria por quatro capitais: Paris (França), Londres (Reino Unido), Berlim (Alemanha) e Bruxelas (Bélgica) para conduzir reuniões bilaterais com ministros de Finanças de cada país.

Existe interesse de Haddad em uma reunião bilateral com o ministro das Finanças francês, Antoine Armand, que assumiu a pasta recentemente e cujo país tem sido parceiro do Brasil em temas como a taxação dos super-ricos.

Agora, o giro terá de ser reagendado para um período menos turbulento nos assuntos internos.



Fonte: Metrópoles

MP deflagra operação contra atuação do PCC na Favela do Moinho, em SP

Agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado) do MPSP (Ministério Público de São Paulo), com apoio da Polícia Militar...

Rússia diz que sanções não mudarão rumo da guerra na Ucrânia

A Rússia afirmou nesta segunda-feira (8) que nenhuma sanção jamais conseguirá forçá-la a mudar de rumo em relação à Ucrânia, poucas horas depois de...

Anac prepara revisão de norma sobre atraso e cancelamento de voos

Perto de completar nove anos de vigência, a norma da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que define obrigações das companhias aéreas e direitos...