O servidor público Severino Soares de Oliveira tinha 45 anos quando descobriu que estava com um câncer de próstata. Os tumores deste tipo costumam aparecer em homens com mais de 65 anos, sendo os exames de rastreio indicados apenas a partir dos 50 anos se não há histórico na família.
O exame de dosagem do PSA no sangue foi fundamental para que Severino fosse diagnosticado no estágio inicial da doença, garantindo melhores opções de tratamento. “Eu tinha 45 anos de idade e nenhum sintoma. Era bastante ativo e estava apenas fazendo exames de rotina”, lembra ele, que hoje tem 56 anos.
Diagnóstico
O exame de avaliação do antígeno prostático específico (PSA) é um teste simples, feito a partir da coleta de amostra de sangue. Ele é um marcador importante para doenças da próstata, incluindo infecções, aumento benigno da próstata e câncer.
O PSA é produzido pelas células epiteliais da próstata. Quando ele está em níveis altos, existe a possibilidade de câncer de próstata, e a indicação é seguir a investigação com exames de toque prostático e biópsia.
O médico Rodolfo Borges dos Reis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explica que o nível do PSA varia de acordo com fatores como tamanho da próstata, idade do paciente e outras variáveis. Então não existe um valor fixo seguro para o diagnóstico apenas com o resultado do exame.
“O valor do PSA faz parte de um quebra-cabeça que a gente monta para avaliar o paciente, levando em consideração também as características dele, a história familiar de câncer“, explica.
Quando fazer o primeiro PSA?
A SBU recomenda que os homens realizem consultas para o rastreamento do câncer de próstata a partir dos 50 anos de idade.
Para os homens que fazem parte do grupo de risco — negros, com parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou obesos —, as consultas devem começar antes, aos 45 anos.
Por ser adotado, Severino não tem conhecimento sobre o histórico familiar. No entanto, ele fazia o exame do PSA desde os 40 anos como parte de um check-up anual exigido pelo órgão onde trabalha. “O exame me salvou, foi fundamental. Em uma das visitas ao médico, ele percebeu essa alteração do PSA, foi quando ele fez o toque e solicitou a biópsia”, conta.
O diagnóstico foi confirmado no início de 2013, em estágio inicial. Em maio do mesmo ano, Severino passou pela prostatectomia radical, com a remoção total da próstata.
Naquele momento, o servidor público tinha muitas dúvidas. Ele não sabia se ficaria bem ou se teria sequelas, como incontinência urinária e/ou impotência sexual, mas optou pela possibilidade de cura.
“Independentemente do que fosse acontecer, nós colocamos em evidência a cura. Falei para o meu médico que queria fazer a cirurgia. Assim foi feito e, graças a Deus, foi um sucesso total. Já são 11 anos desde a cirurgia”, celebra.
O médico Rodolfo Borges dos Reis explica que a principal mudança após as cirurgias de retirada de próstata são a interrupção permanente da ejaculação, pois a vesícula seminal também é removida. As funções sexuais e urinárias costumam ser preservadas. Severino conta que não teve a vida sexual prejudicada pela cirurgia e voltou à vida normal no mesmo ano.
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Fonte: Metrópoles