Injeção semestral reduz risco de contrair HIV em 96%, aponta pesquisa

Uma injeção aplicada duas vezes por ano confere proteção de 96% contra as infecções pelo vírus HIV, segundo revelou uma pesquisa da Universidade de Emory, nos Estados Unidos. Pessoas que receberam o imunizante reduziram o risco em até 50 vezes quando comparados so público geral.

Divulgado na quarta-feira (27/11) no New England Journal of Medicine, o ensaio clínico indicou que a estratégia de prevenção com a vacina pode ser até mais eficaz que a profilaxia pré-exposição (PrEP), que depende da ingestão diária de comprimidos antiretrovirais.

“Ver esses altos níveis de eficácia em um injetável que as pessoas só precisam tomar a cada seis meses é incrível. É um avanço da medicina que permitirá proteger populações desproporcionalmente impactadas pelo HIV”, afirmou a médica Colleen Kelley, principal autora do estudo, em comunicado à imprensa.

Menos pacientes com HIV do que a PrEP

Os testes dividiram os 3,2 mil participantes em dois grupos em dois grupos: os participantes do primeiro grupo fizeram a prevenção com a PrEP tradicional e os do segundo grupos com o a injeção com o princípio-ativo lenacapavir. Dois participantes que tomaram as injeções contraíram o vírus causador da aids, frente a nove contaminações no grupo que fazia a PrEP tradicional (tenofovir + entricitabina).

A incidência média de HIV na população testada durante a pesquisa (países africanos, sul-americanos e do sudeste asiático) girou em torno de 2,3%. Entre os que usam PrEP, ela caiu para 0,11%, mas nos usuários da injeção foi ainda menor: 0,04%. No Brasil, o remédio foi testado no Centro de Referência e Treinamento IST/Aids (CRT) de São Paulo.

Após os resultados positivos da pesquisa, Kelley afirmou que está esperançosa que o lenacapavir possa ser aprovado até 2025.

13 imagens

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
1 de 13

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

Getty Images

2 de 13

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

Anna Shvets/Pexels

3 de 13

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

Hugo Barreto/Metrópoles

4 de 13

O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

iStock

5 de 13

O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

iStock

6 de 13

Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Hugo Barreto/Metrópoles

7 de 13

A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

Arthur Menescal/Especial Metrópoles

8 de 13

O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus

Arthur Menescal/Especial Metrópoles

9 de 13

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

spukkato/iStock

10 de 13

O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

iStock

11 de 13

O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

Joshua Coleman/Unsplash

12 de 13

Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

iStock

13 de 13

É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo

Keith Brofsky/Getty Images

Como funciona o lenacapavir?

A injeção é o primeiro remédio criado para combate ao HIV que age como um inibidor da função do capsídeo. O capsídeo de um vírus é a capa de proteína que o envolve e é formado por várias pequenas moléculas (capsômeros) que se juntam formando uma espécie de armadura.

O lenacapavir confunde o DNA do vírus, alterando a forma como ele se replica para criar armaduras menos eficazes. É como se o manual de instruções para a fabricação do capsídeo fosse embaralhado, facilitando que o corpo derrote o vírus.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!



Fonte: Metrópoles

Nuggets x Cavaliers: horário e onde assistir ao jogo da NBA

Denver Nuggets e Cleveland Cavaliers se enfrentam nesta sexta-feira (27), às 23h (de Brasília), no Ball Arena, em Denver. A partida é valida pela temporada...

Usina de Belo Monte atende 7% da demanda energética após fim da seca

Com a retomada das vazões no Rio Xingu, na região sudoeste do Pará, a Usina Hidrelétrica Belo Monte dobrou sua contribuição para o atendimento...

Na noite de Natal, meteoro brilha no céu do Rio Grande do Sul

Na noite de Natal (25), um evento astronômico se mostrou nos céus do Rio Grande do Sul. Aproximadamente às 23h06, observadores de três observatórios...