A Justiça do Rio de Janeiro revogou a prisão preventiva de 10 dos 21 torcedores do Peñarol que permaneceram presos no Brasil, após confusão generalizada no Rio de Janeiro. Dois deles, segundo reportagem do UOL, estavam em lista da Interpol e proibidos de frequentar estádios.
José Ignácio Telechea, de 25 anos, entrou na lista da organização internacional em 5 de abril de 2017, ficando lá até 10 de janeiro de 2021. Já Federico Gonzalez, de 27, ainda está proibido de frequentar estádios por um episódio ocorrido em dia 5 de outubro de 2022, em partida entre Peñarol e Plaza Colonia, no estádio Parque Artigas, na cidade de Paysandu, no Uruguai.
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Revogação de prisão preventiva
Segundo o juiz Marcello Rubioli, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, em decisão da última terça-feira (5/11), houve uma série de fatores que o levaram a revogar a prisão preventiva dos acusados, entre elas a demora do Ministério Público (MP-RJ) em apresentar denúncia, excedendo o prazo da detenção provisória.
Na decisão que havia decretado a prisão preventiva dos 21 uruguaios que permaneceram detidos no Rio de Janeiro, o juiz Patrick Couto Xerez Sobral citou os atos anteriores da dupla.
“Os sujeitos do processo estariam em conjunto com outros já conhecidos por perpetrarem anteriormente atos que os fizeram serem banidos de evento esportivos. Tal assertiva demonstra que há um alto risco em conceder a liberdade dos sujeitos, pois há uma alta possibilidade de que eles voltem a delinquir assim que estiverem soltos”, diz trecho da sentença.
Com a falta de denúncia oficial por parte do MP-RJ, o juiz interpretou que a manutenção da prisão de 10 dos 21 acusados não era justificável, porém ele apontou haver indícios da participação deles em “tumulto e violência”, impondo assim medidas cautelares alternativas, sendo elas:
- comparecimento bimestral ao Juizado do Torcedor para justificar suas atividades;
- proibição de frequentar eventos esportivos; e
- proibição de deixar o país até o julgamento.
Os outros 11 torcedores seguem presos em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, até que a Justiça analise os procedimentos que eles respondem. O Consulado do Uruguai está dando apoio aos prisioneiros e delegou advogados para auxiliá-los, conforme divulgado pela coluna Guilherme Amado.
Além dos presos no Brasil, outros 330 uruguaios foram fichados pelo artigo 201 da Lei Geral do Esporte e foram liberados. O caso deles será analisado pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos.
Confusão no Rio de Janeiro
Na manhã de quarta-feira (23/10), torcedores do Peñarol que foram ao Brasil para acompanhar a partida de seu clube contra o Botafogo, pela semifinal da Libertadores, entraram em confronto com a Polícia Militar, na Praia do Recreio, na altura do Posto 12, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em vídeos, é possível ver torcedores arremessando pedras em direção à Polícia Militar (PM), que respondeu com bombas de efeito moral. Ainda nas imagens, diversos uruguaios aparecem carregando barras de ferro e pedaços de madeira, muitos com os rostos cobertos.
Segundo relato de testemunhas, os banhistas tiveram que sair correndo da praia assim que começou a confusão, com diversos objetos sendo arremessados em direção à PM.
Além de atirar objetos, os uruguaios saquearam quiosques e incendiaram veículos que estavam no estacionamento próximo a praia.
Inicialmente, foi informado que 250 pessoas foram levadas pela polícia, e ao total 330 uruguaios foram fichados, sendo que 22 permaneceram detidos, incluindo um adolescente apreendido. Os envolvidos foram encaminhados para fora do Rio de Janeiro e não puderam assistir a partida.
Entre os crimes que os uruguaios respondem, estão porte ilegal de arma de fogo, furto, lesão corporal, roubo com concurso de agentes, dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência, desobediência, desacato, rixa, injúria racial, corrupção de menores e crimes contra a paz no Esporte, de acordo com o artigo 201 da Lei Geral do Esporte.
Fonte: Portal LEODIAS