PL sobre crianças na Parada Gay, rejeitado pelo MPF e advogados da Câmara, tem apoio de 7 vereadores derrotados em RB

O fim da legislatura deve ser marcado pela votação do Projeto de Lei que proíbe crianças em eventos promovidos pela comunidade gay em Rio Branco. O vereador João Marcos Luz, líder do prefeito Tião Bocalom na Casa e derrotado nas eleições desse ano, tenta aprovar a proposta que já foi rejeitada pela Procuradoria Jurídica da Câmara e pela Procuradoria da República (veja o parecer de cada logo abaixo).

Ele invoca passagens da lei segundo a qual o poder público deve disciplinar a idade dos participantes em eventos como a Parada Gay.  A inconstitucionalidade apontada pelo MPF discorre sobre a incompetência do município para decidir sobre o assunto, uma vez que a classificação indicativa somente deve ser analisada por lei federal. Súmulas do STF também reforçam o despropósito da lei que será apreciada.

O vereador se sentiu incomodado com a presença de crianças trans que buscavam o reconhecimento de direitos durante a última Parada Gay de São Paulo, mesmo que elas estivessem acompanhadas de seus pais ou responsáveis.

Chama atenção a assinatura do vereador Samir Bestene, que concorre à Presidência da Câmara. Somente ele e o vereador Joaquim Florêncio estão na lista dos 9 que foram reeleitos e apoiam abertamente a proposta.

Sete parlamentares que assinam a favor do PL não conseguiram se reeleger em outubro, e não terão direito a voto na eleição que apontará o novo presidente da casa. São eles:

Ismael Machado

Francisco Piaba

N. Lima

Arnaldo Barros

Samir Bestene

Joaquim Florêncio

Hildegard Pascoal

Raimundo Castro

e do próprio autor, João Marcos.

O PL teve aprovação em duas comissões, e seguirá para votação no Plenário, mesmo contestado. Os votos serão declarados pelos próprios vereadores.

Veja o parecer do procurador jurídico da Câmara, Renan Braga.

Há uma invasão da competência exclusiva da União para estabelecer a classificação indicativa de diversos espetáculos públicos, conforme art. 21, XVI, da Constituição. A proposta desvirtua a própria classificação etária, dando-lhe caráter vinculativo e compulsório.

Veja o parecer do procurador da República no Acre, Lucas Dias

A proposta viola preceitos e normas constitucionais, a pretexto de supostamente proteger crianças e adolescentes, porque faz proibição da participação de crianças em quaisquer eventos realizados pela comunidade LGBTQIA+ (censura prévia e proibição discriminatória), cujo efeito afeta à garantia de crianças e adolescentes de acessarem espaços públicos e manifestações diversas, necessárias e condizentes com sociedade plural e democrática.

 

 

Redes sociais viraram gestoras da liberdade de expressão, diz professor

As redes sociais evoluíram de simples canais de transmissão para se tornarem as principais administradoras da liberdade de expressão da população, segundo Ricardo Campos,...

Copa do Mundo de Clubes: confira a agenda deste sábado (21)

A Copa do Mundo de Clubes chega ao oitavo dia de disputas neste sábado (21). Quatro jogos vão dar andamento à segunda rodada da...

Irã vê os EUA com desconfiança após ataque israelense, diz ministro

O Irã está incerto sobre confiar nos Estados Unidos nas negociações de paz, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, sugerindo que as negociações...