A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quinta-feira (7/11) que a nota do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre a nova alta dos juros é “puro terrorismo de mercado”. Ela ainda acusou a autoridade monetária, que também é composta por diretores indicados pelo presidente Lula, de fazer “chantagem”.
No comunicado divulgado na noite de quarta (6/11), os diretores defenderam “mudanças estruturais” no orçamento A equipe econômica trabalha na finalização das medidas de corte de gastos, que visam o equilíbrio fiscal, com respeito ao arcabouço (a regra de controle das despesas). “Uma indecência usar esse tipo de chantagem, ameaçando até com disparada do câmbio, pra tentar impedir o governo de investir no crescimento e executar as políticas que atendem o povo”, comentou Gleisi no X.
O Copom decidiu por uma elevação de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, levando a taxa para 11,25% ao ano. A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 10 e 11 de dezembro. Além de ser a última reunião do colegiado de 2024, será a última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. Ele será substituído, a partir de janeiro de 2025, pelo indicado por Lula, o atual diretor de Política Monetária Gabriel Galípolo.
Após o anúncio da decisão, Gleisi escreveu que o Copom “mantém a sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos”. Ao comentário dela, foi adicionada uma nota dos leitores para informar que a votação do Copom foi unânime. Dos nove membros do colegiado, quatro foram indicados pelo presidente Lula: além de Galípolo, Ailton de Aquino Santos, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.
No comunicado, o comitê defendeu “a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal”, dizendo que ela contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação.
A taxa de juros é o principal instrumento de política monetária do BC, para manter a inflação dentro da meta — de 3% com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%), como determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Fonte: Metrópoles