O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse, nesta sexta-feira (29), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não se abala um milímetro” diante das informações sobre o suposto plano para o assassinato dele em 2022.
Ele falou sobre o caso, alvo de investigação da Polícia Federal, durante cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do próprio Lula, do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O senhor mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista, que não se abala um milímetro, mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona daqueles que tramaram um golpe de Estado”, disse Rui Costa.
“Chegaram a tramar algo que ninguém neste salão ou no país imaginava que poderia acontecer neste país, que alguém teria coragem de tramar a captura, o sequestro, a morte de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um presidente da República eleito e de um vice-presidente da República eleito”, afirmou.
Lula não discursou na cerimônia. O evento foi o primeiro encontro entre o presidente e Tarcísio desde o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no inquérito que apura o suposto plano de golpe de Estado.
O governador é aliado e ex-ministro de Bolsonaro. No X (ex-Twitter), Tarcísio defendeu Bolsonaro após a PF indiciar o ex-presidente e outras 36 pessoas. Segundo ele, há uma “narrativa disseminada” contra Bolsonaro e que “carece de provas”.
Também foi a primeira vez que Lula se encontrou com Nunes após a reeleição do prefeito. Durante as eleições municipais deste ano, o presidente apoiou publicamente e participou da campanha de Guilherme Boulos (PSOL), o adversário de Nunes no segundo turno do pleito paulistano.
No evento, o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, destacou o compromisso de Lula com a relação com os entes da federação e também fez referência à investigação sobre o plano de assassinato do chefe do Executivo.
“Isso aqui só é possível porque o senhor [presidente Lula], além de ser um grande democrata – e mostrou isso ao longo de toda sua vida –, tem um profundo compromisso com o Pacto Republicano. Não é fácil um presidente e um vice-presidente que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado, e tudo que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular com quem é eleito”, declarou.
Infraestrutura em SP
Na cerimônia, foram assinados contratos de apoio financeiro do BNDES para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo. No total, os investimentos somam cerca de R$ 10,65 bilhões.
Entre as aplicações, o banco vai financiar, com R$ 1,35 bilhão, as obras de construção do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Esse é o trecho que falta ser entregue para finalizar o anel viário que circunda a Grande São Paulo.
O objetivo principal das obras é melhorar a distribuição do tráfego de passagem de caminhões e o fluxo das marginais, diminuindo o tempo em congestionamentos e a emissão de poluentes. De acordo com o BNDES, o projeto deve resultar em uma redução de cerca de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis, na Marginal Tietê, por dia.
Outra parte dos investimentos será direcionada para o trem intercidades, que vai conectar São Paulo a Campinas, e para a Linha 2 do metrô. O banco também assinou contrato de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos de fabricação nacional.
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Fonte: CNN