Muitas pessoas optam por começar o dia realizando seus treinos sem se alimentar. Fazem isso pela conveniência de não ter que se preocupar com a comida antes do treino, pela preferência por treinar cedo ou pela aversão à sensação de ter comida no estômago durante os exercícios físicos.
O personal trainer Stefan Gleissner, coordenador de musculação na Bodytech Eldorado, em São Paulo, explica que a ideia por trás do treino em jejum é aumentar a queima de gordura durante o exercício, já que os níveis de insulina estão mais baixos e a disponibilidade de glicose é reduzida.
Porém, em entrevista anterior ao Metrópoles, Gleissner alerta que essa estratégia não necessariamente leva a uma perda de peso significativa e pode produzir efeitos colaterais que até atrapalham a prática de atividades físicas, como tonturas e perda de massa muscular.
O professor Ney Felipe Fernandes, da Faculdade Uniguaçu, considera que o treino em jejum é uma maneira prática de criar um déficit calórico, mas é importante que a pessoa reconheça os limites do corpo dela. “Até que o indíviduo se adapte a isso, pode haver uma perda de desempenho”, pondera.
Quais são os efeitos de treinar em jejum
1) Melhora o perfil lipídico – Ocorre uma redução nos níveis do colesterol LDL (o colesterol ruim), VLDL e triglicerídeos, bem como uma manutenção nos níveis de HDL (o colesterol bom);
2) Favorece o emagrecimento – Quando bem planejado, o exercício em jejum favorece a quebra de gordura do tecido adiposo acumulado, levando a uma maior perda de peso e redução de medidas;
3) Queda no desempenho físico – O personal trainer Stefan Gleissner explica que, quando estamos sem comer, os níveis de glicogênio ficam reduzidos, o que compromete a performance;
4) Favorece o emagrecimento – Quando bem planejado, o exercício em jejum favorece a quebra de gordura do tecido adiposo acumulado, levando a uma maior perda de peso e redução de medidas;
5) Atrapalha a hipertrofia – Se o objetivo é a hipertrofia, a falta de comida pode atrasar os ganhos: se não há reservas de gordura, o corpo em jejum passa a queimar justamente outros nutrientes ou os próprios músculos que você penou para construir.
Sinais de alerta e grupos que devem evitar a prática
O professor de Educação Física Daniel Santos, da academia D’stak, em Brasília, ressalta que, quando o jejum não está sendo saudável, é possível perceber uma série de sintomas.
De acordo com ele, tonturas, perda de pressão, sonolência, fadiga, ansiedade, irritabilidade e dificuldades na concentração são alertas de que que o corpo está sob grande estresse e que o jejum deve ser interrompido.
Além disso, existem grupos específicos de pessoas que devem evitar fazer atividade física sem se alimentar. Entre eles, estão:
- Pessoas com distúrbios na pressão arterial;
- Portadores de diabetes e cardiopatias;
- Sedentários com sobrepeso;
- Idosos;
- Gestantes;
- Atletas de alto rendimento.
Para esses grupos, Santos recomenda sempre consultar profissionais da área médica, de educação física e nutrição antes de iniciar qualquer prática de jejum.
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Fonte: Metrópoles