Sua dificuldade para emagrecer pode ser hormonal. Saiba sinais

Sua dificuldade para emagrecer pode ser hormonal. Saiba sinais

É comum que o peso de uma pessoa sofra flutuações ao longo da vida, que se ganhe alguns quilinhos sem se perceber. Entretanto, um aumento de peso repentino, que resiste às dietas e aos exercícios físicos, levanta suspeitas sobre desordens hormonais.

O funcionamento do corpo é regulado por hormônios, inclusive o apetite, a sensação de saciedade e os processos digestórios. Quando os hormônios não são secretadas corretamente, pode ocorrer um ganho de peso, mesmo sem qualquer mudança nos hábitos alimentares.

“O desequilíbrio hormonal afeta diretamente o metabolismo. No hipotireoidismo, por exemplo, a produção insuficiente de hormônios da tireoide leva a uma redução do metabolismo. Assim, mesmo que a pessoa coma o que sempre comeu, ela pode engordar”, afirma o endocrinologista e nutrólogo Ronan Araujo, de São Paulo.

A endocrinologista Lorena Lima Amato, também de São Paulo, atribui a maioria dos casos de ganho de peso súbito ao hipotireoidismo. “A  tireoide produz o T3 e T4, que são responsáveis por controlar a velocidade do metabolismo. Esse processo afeta o funcionamento de quase todas as células do corpo. Quando há uma menor secreção desses hormônios, há um discreto ganho de peso e um inchaço”, aponta.

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Tireoide é o nome de uma glândula responsável por regular funções de órgãos importantes e pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo. Contudo, quando apresenta alterações, as consequências do problema na glândula se manifesta por todo o corpo

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A tireoide tem formato semelhante ao de uma borboleta e fica localizada na parte da frente do pescoço, próximo a região conhecida como gogó ou pomo de Adão. Quando apresenta algum tipo de alteração, a glândula passa a funcionar de maneira lenta, chamado de hipotireoidismo, ou de forma exagerada, denominada hipertireoidismo

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O diagnóstico precoce da doença pode ajudar na prevenção de graves problemas. Por isso é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Queda de cabelo, ressecamento da pele e aumento ou perda de peso, por exemplo, podem indicar a presença de desequilíbrio na tireoide

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Além desses, alterações de humor, sonolência ou cansaço sem motivo aparente, dores musculares e dificuldade de concentração também podem ser alerta

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Um dos problemas mais comuns da tireoide são os nódulos, que não manifestam sintomas. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Porém, apenas 5% dos nódulos são cancerígenos

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O reconhecimento deste nódulo precocemente pode salvar a vida da pessoa e a palpação da tireoide é fundamental para isso. Uma vez identificado o nódulo, o endocrinologista solicitará uma série de exames complementares para confirmar a presença de problemas

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Além do nódulo ou caroço no pescoço, que normalmente cresce rapidamente, outros sintomas podem indicar a existência de um câncer na tireoide, tais como: rouquidão, alterações na voz, dificuldade para respirar, tosse constante, dificuldade para engolir ou sensação constante de algo preso na garganta

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Por isso, atentar-se à presença de inchaço no pescoço e a dores na parte da frente da garganta, que pode irradiar para os ouvidos, é importante para um diagnóstico precoce e para impedir o avanço de problemas

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No caso da presença de nódulos, o diagnóstico, normalmente, é feito após a realização de ultrassonografia do pescoço. De acordo com as características da enfermidade, é feita punção aspirativa, por meio da qual pode ser confirmado o diagnóstico de câncer

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O tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia (retirada da tireoide) total ou parcial (em casos indicados) é o tratamento de escolha. Também pode haver a necessidade de complementação terapêutica com iodo radioativo

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Não é só a tireoide que está envolvida nesse processo. Outra hipótese é que o ganho de peso esteja relacionado a mudanças na produção dos hormônios sexuais. Em períodos em que há variações hormonais, como a queda da progesterona durante a menopausa, há uma maior tendência de acúmulo de gordura no corpo e de perda de massa muscular.

O excesso de peso também causa desarranjos metabólicos. Em pessoas obesas, há uma circulação constante de substâncias pró-inflamatórias (citocinas e TNF-alfa) que facilitam ainda mais o acúmulo de gordura.

Como saber se não consigo emagrecer por culpa dos hormônios?

O ganho de peso causado por problemas hormonais costuma ocorrer acompanhado de outros sintomas, como cansaço, unhas e cabelos quebradiços, sonolência e alterações intestinais.

O médico nutrólogo Gabriel Resende, de Brasília, afirma que uma característica marcante do ganho de peso hormonal é sua relação com outros sintomas. “Se há desequilíbrio hormonal, também costuma haver resistência à insulina, que predispõe ao aumento de gordura visceral e também ao provável quadro futuro de diabetes”, esclarece.

Além dos sintomas adicionais, outra característica do ganho de peso por descontrole hormonal é que ele não é totalmente resolvido com métodos tradicionais de emagrecimento, como a redução das calorias ingeridas e o aumento das atividades físicas.

O ganho de peso relacionado à desregulação dos hormônios costuma ser acompanhado de outros sintomas como o cansaço e a fraqueza das unhas

No caso do hipotireoidismo, o tratamento precisa passar pela reposição, especialmente com a levotiroxina. Em casos relacionados aos hormônios sexuais, podem ser necessários métodos de suplementação, que devem ser definidos caso a caso.

“Se você suspeita que seus hormônios estão desregulados, o primeiro passo é procurar um endocrinologista e realizar os exames para identificar os níveis de cada um deles. Se for necessário, o tratamento pode incluir medicamentos para restaurar o equilíbrio hormonal”, conclui Araujo.

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Fonte: Metrópoles