A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou, nesta terça-feira (3/12), que fará nova revisão na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o acumulado de 2024.
O anúncio vem logo após o PIB crescer 0,9% no terceiro trimestre, puxado pelas altas de serviços (0,9%) e indústria (0,6%). O setor da agropecuária registrou queda (-0,9%) no período.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, um estado ou uma cidade, geralmente em um ano. Alta significa que a economia está crescendo em ritmo bom, e queda implica encolhimento da produção econômica da nação.
A projeção oficial do governo Lula (PT) indica o percentual de 3,3% no acumulado do ano. Até setembro, estimava-se crescimento de 3,2%. À época, a SPE justificou a revisão devido ao “ligeiro aumento na expectativa de expansão do PIB no terceiro trimestre”.
“O crescimento do PIB no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro. Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços”, diz trecho de nota informativa da SPE.
Para a SPE, os resultados do terceiro trimestre (do período de julho, agosto e setembro) mostram que a “economia brasileira seguiu em ritmo robusto de expansão, mesmo com menores impulsos fiscais, impulsionada pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos”.
Ainda segundo a nota, a Fazenda acredita que a “atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem. A secretaria ainda destacou que a política monetária mais contracionista (com a subida da taxa de juros) “deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos”, mas, ainda assim, “impulsos positivos devem vir do mercado de trabalho, que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o consumo das famílias”.
O PIB no terceiro trimestre
O Produto Interno Bruto cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024 (período de julho, agosto e setembro), em relação ao segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora tenha desacelerado no terceiro trimestre após resultado surpreendente no segundo trimestre, quando avançou 1,4%, o PIB acumulou alta de 3,3% de janeiro a setembro deste ano. Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, o indicador cresceu 4,0%.
No terceiro trimestre, ele totalizou R$ 3 trilhões, divididos em:
- R$ 2,6 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos; e
- R$ 414 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
De julho a setembro, a taxa de investimento foi de 17,6% do PIB, acima dos 16,4% registrados no terceiro trimestre de 2023. Enquanto a taxa de poupança foi de 14,9%, abaixo dos 15,4% do mesmo trimestre do ano passado.
Os destaques do PIB no 3º trimestre:
- Indústria: 0,6%
- Serviços: 0,9%
- Agropecuária: -0,9%
- Consumo das famílias: 1,5%
- Consumo do governo: 0,8%
- Investimentos: 2,1%
- Exportações: -0,6%
- Importação: 1%
Os destaques do PIB em comparação ao mesmo trimestre de 2023:
- Indústria: 3,4%
- Serviços: 3,4%
- Agropecuária: -2,9%
- Consumo das famílias: 4,5%
- Consumo do governo: 2,9%
- Investimentos: 3,7%
- Exportações: 4,8%
- Importação: 10,3%
Fonte: Metrópoles