O gesto do Progressista, ao abrir mão da candidatura própria à Prefeitura de Rio Branco para apoiar a reeleição de Bocalom, está entalado na garganta de muitos, ainda, muito embora a aliança com o PL, UB e outras agremiações tenha sido vitoriosa. Correligionários repetem a máxima segundo a qual “o Progressista é grande demais para continuar coadjuvante, não será fisgado pelo beiço e passou o tempo de ser coadjuvante”.
Elzinha Mendonça, o “calo” na vida de Bocalom, tem, hoje, 4 dos seis votos dentre os vereadores do PP. Somente Samyr Bestene e José Ayache não apóiam a vereadora, principal rival do gestor municipal e apontada como virtual mandatária do Parlamento Mirim caso o prefeito se mantenha irredutível em “ceder”.
Soma-se a eles os 5 do chamado “bloquinho”, composto pelos novos vereadores, mais a sinalização de André Kamai, único petista eleito, e mais os três do MDB, partido que rivalizou com o prefeito na campanha passada. Total de votos pró-Elzinha: 13, dois a mais que o necessário para formar maioria.
A reportagem apurou que o prefeito ainda espera que o governador Gladson Cameli, que manda no PP, dê a ordem para que todos, em bloco, apóiem Joabe Lira, o afilhado político de Bocalom. Há questões pendentes que precisam ser resolvidas nas próximas horas. Medalhões do Palácio tentam virar o placar, mas sem qualquer sinalização pessoal de Cameli, que teria dito: votem com suas consciências. Eu só não quero brigas”.
O PP não se sentirá contemplado nem com a vice-presidência nem com a primeira-secretaria da mesa-diretora – que manda no cofre do parlamento. “Isto não está em jogo”, afirmou um progressista reservadamente. Ele disse que “o PP espera um gesto do prefeito, se é que ele quer o nosso apoio”. O “gesto” seriam três secretarias, com autonomia administrativa e financeira e sem interferência política de outros aliados. Do contrário, o PP deve liberar seus vereadores para votar como quiserem. O estrago na vida do prefeito seria maior ainda.
Bocalom se casará logo mais, neste sábado, na Paróquia Santa Inês, com a advogada Kelen Nunes. Não deve comentar a eleição da câmara após a cerimônia, preparada para isolar o prefeito dos jornalistas. Porém, sabe-se que ele tem insistido em falar com o governador, querendo dele a informação de ouro.