Cinco policiais militares que integravam o Batalhão de Operações Especiais (Bope) são julgados por três homicídios ocorridos no Bairro Preventório, na capital, nesta quarta-feira.
A menina Maria Cauane, de apenas 11 anos, foi uma das vítimas fatais da operação do BOPE. A previsão é que a sentença seja lida na sexta-feira, 6.

O promotor Carlos Augusto Pescador comentou a presença da alta cúpula da PM no julgamento (veja acima). Ele pede a condenação dos 5 militares.
A criança foi atingida por estilhaço de munição de fuzil quando brincava na varanda de uma casa com outras crianças. O disparo, segundo a denúncia, partiu da arma que estava com Alan Martins.
Na época, a polícia disse que houve uma troca de tiros, com membros de uma organização criminosa e durante o confronto houve as mortes. Em maio do ano passado, a Juíza Luana Campos, então titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri desclassificou o crime de homicídio doloso para culposo para os policiais Alan e Antônio, absolveu sumariamente Wladimir e Raimundo com base na legítima defesa e impronunciou Josemar por falta de indícios de autoria.
Mas o Ministério Público recorreu e a câmara Criminal decidiu que os cinco devem responder em júri popular pelo crime. O advogado Wellington Silva discordou da decisão e disse que os policias agiram em legitima defesa.
“Foi uma ação determina pelo comando da PM. Todos tinham conhecimento. O foco era prender membros de uma facção”, disse Silva.
Ao todo 42 testemunhas, sendo 18 do Ministério Público do Acre e 24 de defesa, vão prestar depoimento. Só após as oitivas os réus serão interrogados.
A sessão será presidida pelo juiz Robson Aleixo, enquanto os promotores Carlos Pescador e Antônio Alceste vão atuar na acusação. A previsão é de um júri marcado por polêmicas e também intenso debate.