Com pressão inflacionária, juros devem subir mais. Veja perspectivas

A uma semana da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para 10 e 11 de dezembro, a maioria das projeções indica alta de pelo menos 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic.

Atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano, após o Copom decidir, por unanimidade, elevar a Selic em 6 de novembro — um aumento de 0,50 ponto percentual. Com isso, os juros estão no mesmo patamar de janeiro, quando o BC seguia fazendo cortes.

Uma alta na Selic é esperada devido à pressão inflacionária atual. Isso porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, está em 4,76% no acumulado de 12 meses até outubro — acima do teto da meta.

A meta da inflação para 2024 é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%). O objetivo foi traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento.

A Selic é o principal instrumento de política monetária usado pelo BC para manter a inflação dentro da meta.

Um eventual aumento da Selic é a principal manobra do Banco Central para conter a inflação, o que resulta em redução do consumo e dos investimentos no país. Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores.

O atual diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse na segunda-feira (2/12) que o atual cenário econômico dá indicativos para “juros mais altos por mais tempo”.

Ele afirmou que “parece lógico que, para uma economia que se revela mais dinâmica do que se esperava, somado a uma moeda doméstica mais desvalorizada, que isso demande uma política monetária mais contracionista”. “Esse é basicamente o cenário que a gente tem hoje para uma política monetária”, completou a análise durante evento da XP, em São Paulo.

Projeções para a alta da taxa de juros

“Mas, afinal, qual será o aumento escolhido pelo Copom?” Bom, não é possível antecipar o valor porque ele apenas será divulgado após a reunião de 11 de dezembro (uma quarta-feira). Confira algumas projeções abaixo:

Levantamento do Índice Equus de Precificação da Selic (Ieps), da Equus Capital, indica que a Selic tem 52,5% de ser elevada para 12% ao ano (acréscimo de 0,75 ponto percentual) e 40% de chance de ser ajustada para 12,25% (acréscimo de 1 ponto percentual.

Por outro lado, o mercado financeiro aposta em uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, segundo o relatório Focus mais recente, divulgado pelo BC. Conforme a projeção, a Selic subirá dos atuais 11,25% ao ano para 11,75% ao ano até o fim de 2024.

O CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, acredita que o Copom pode considerar um aumento de 0,75 ponto percentual na Selic devido ao cenário de pressão inflacionária. Para ele, a inflação “ainda não está completamente sob controle”.



Fonte: Metrópoles

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