Da autonomia ao Pix: a trajetória de Campos Neto no BC em 10 episódios

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa de sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (11).

Em quase seis anos à frente da autarquia, o economista viveu a transição para a autonomia, a polarização política e uma revolução tecnológica nos meios de pagamento.

A sua gestão foi marcada por manter a Selic em níveis historicamente baixos, na casa de 2%, em meio aos esforços para aquecer a economia durante a pandemia da Covid-19.

A sua última reunião à frente da autarquia, porém, está em um cenário oposto, com retomada do ciclo de alta da Selic — atualmente em 11,25% ao ano — em meio à piora das expectativas do mercado com a política fiscal do governo federal e incertezas globais.

A trajetória de Campos Neto no BC em dez episódios

  • 28/02/2019: Campos Neto toma posse como presidente do Banco Central;
  • 05/08/2020: Copom derruba Selic a 2% ao ano, menor patamar da história;
  • 02/09/2020: Banco Central lança nota de R$ 200;
  • 16/11/2020: Banco Central lança Pix;
  • 25/02/2021: Autonomia do Banco Central entra em vigor;
  • 30/10/2022: Campos Neto vota com a camisa da Seleção Brasileira;
  • 01/01/2023: Lula toma posse como presidente da República;
  • 02/08/2023: Campos Neto dá voto de minerva por corte mais robusto no juro;
  • 18/06/2024: Lula sobe tom após Campos Neto jantar com Tarcísio de Freitas;
  • 08/10/2024: Senado aprova indicação de Gabriel Galípolo.

Campos Neto foi indicado ao cargo no início de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro. Sob seu comando, o BC aplicou ciclo de corte na Selic que levou a taxa a 2% ao ano em outubro de 2020, o menor patamar da história da taxa.

Um mês antes, em setembro, o Banco Central lançou a nota de R$ 200, uma nova integrante para a “família real”; e um mês depois, em novembro, deu início às operações com o Pix, que representou uma revolução aos meios de pagamento. A ferramenta, porém, começou a ser gestada sob Ilan Goldfajn.

Menor Selic da história e revolução tecnológica a parte, Campos Neto ficou marcado como o primeiro presidente do BC autônomo. A estrutura entrou em vigor no começo de 2021, e o economista ganhou um mandato de quatro anos — na configuração em que as presidências da República e do Banco não coincidem.

Na metade de seu mandato, em outubro de 2022, Campos Neto foi às urnas no segundo turno das eleições gerais daquele ano com uma camisa amarela da Seleção Brasileira, símbolo dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Meses mais tarde, Lula foi eleito para seu terceiro mandato no Palácio do Planalto.

Durante os primeiros meses do novo governo, o Banco Central manteve a Selic em patamar restritivo, de 13,75% ao ano, que havia sido alcançado em agosto de 2022. Nesta conjuntura, Campos Neto foi alvo de críticas por quadros da gestão federal, incluindo o presidente Lula.

Em agosto de 2023, no entanto, Campos Neto deu voto de minerva para início de um ciclo de corte na Selic em ritmo mais acelerado, de 0,5 ponto percentual. As críticas do Planalto não cessaram e se intensificaram após o presidente do BC comparecer a jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, em junho de 2024.

Gabriel Galípolo teve seu nome aprovado pelo Senado Federal para sucedê-lo em outubro de 2024. Em falas públicas, Campos Neto destacou qualidades do economista indicado por Lula, reiterou transição suave no cargo e disse esperar que seu sucessor “não seja julgado pela cor da camisa que veste”.

Pix é a forma de pagamento mais utilizada pelo brasileiro, diz BC

Este conteúdo foi originalmente publicado em Da autonomia ao Pix: a trajetória de Campos Neto no BC em 10 episódios no site CNN Brasil.

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