Deputados dizem que pacote fiscal não pode “pegar carona” em PEC mais avançada

Deputados dizem que pacote fiscal não pode “pegar carona” em PEC mais avançada

Os deputados Kim Kataguiri (União-SP) e Mendonça Filho (União-PE) defenderam, nesta terça-feira (3), que, pelas regras da Câmara, a proposta de emenda à Constituição (PEC) do corte de gastos não pode “pegar carona” em um outra de análise mais avançada.

Essa é uma possibilidade avaliada por integrantes da base aliada do governo que articulam o avanço do texto na Casa.

A CNN apurou que a alternativa de apensar a PEC a uma que já passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi um dos cenários debatidos por líderes partidários nesta terça.

A ideia, no entanto, seria contra as regras do Regimento Interno da Câmara, segundo Kim Kataguiri. O deputado afirmou que pedirá vista (mais tempo para análise), caso a PEC seja pautada na CCJ.

“O primeiro ponto é ter mais tempo para analisar o texto que, de fato, foi enviado em cima da hora. O segundo ponto é o respeito ao regimento em relação à regra de apensação de PEC”, disse Kataguiri em entrevista a jornalistas na Câmara.

Ele afirma que PECs só podem ser apensadas, ou seja, tramitarem juntas, se estiverem no mesmo estágio de análise. “Uma PEC só pode ser apensada à outra ou se ambas não tiverem sido aprovadas na CCJ ou se ambas tiverem sido”, declarou.

Segundo o regimento, a tramitação conjunta só será “deferida se solicitada antes de a matéria entrar na Ordem do Dia” ou, quando se tratar de matérias que exigem análise em comissões especiais, “antes do pronunciamento da única ou da primeira Comissão incumbida de examinar o mérito da proposição”.

O deputado Mendonça Filho, ex-ministro da Educação do governo Temer, pediu a relatoria da PEC, que ainda não foi definida. Por falta de acordo para a análise do texto, integrantes da base aliada do governo devem pedir na quarta-feira (4) a inclusão da PEC como item extrapauta.

Segundo parlamentares ouvidos pela CNN, o cenário de apensar uma PEC à outra é cogitado caso a proposta enfrente resistência na CCJ e não tenha celeridade na sua análise.

Para cumprir a meta fiscal, o governo enviou à Câmara um pacote de cortes que deve chegar até R$ 70 bilhões em 2026. Foram apresentados um projeto de lei complementar, um projeto de lei ordinária e uma proposta de emenda à Constituição. Mesmo com calendário apertado, o Executivo pressiona e espera a aprovação dos textos até o fim do ano.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Deputados dizem que pacote fiscal não pode “pegar carona” em PEC mais avançada no site CNN Brasil.


Fonte: CNN