Dólar: AGU pede que Google evite “desordem informacional financeira”

Dólar: AGU pede que Google evite “desordem informacional financeira”

A Advocacia-Geral da União (AGU) recomendou, em ofício enviado nesta quinta-feira (26/12), que o Google passe a adotar medidas para evitar casos de “desordem informacional financeira” após a plataforma mostrar a cotação errada do dólar no Natal.

Nessa quarta-feira (25/12), o buscador chegou a mostrar a moeda norte-americana cotada a R$ 6,38. O valor estava errado, visto que o mercado de compra e venda de dólares estava fechado desde segunda-feira (23/12), devido às festividades natalinas.

O valor correto para essa data seria o registrado na última sessão antes do Natal, quando o dólar avançou 1,87%, cotado a R$ 6,18.

Ainda nessa quarta-feira, a AGU chegou a acionar o Banco Central (BC) pedindo informações sobre a cotação do dólar no feriado, para investigar eventuais erros no painel da variação da moeda norte-americana exibida pelo Google.

O órgão destacou que “a desordem informacional pode gerar impactos negativos na cotação da referida moeda”. “Destaque-se que a desordem informacional pode ter potencial de interferir na percepção do mercado ou de pequenos investidores e comprometer a eficácia da política pública federal de estabilização cambial”, cita o documento.

No ofício, a AGU reforçou que “as manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas de modo a gerar desordem informacional sobre políticas públicas, porquanto tal atuar causa prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado de Direito”.

Confira as recomendações da AGU para o Google:

  • Disponibilização da informação de que o Banco Central do Brasil é, no país, a fonte oficial para a PTAX, bem como a indicação clara e explícita das fontes ao disponibilizar dados financeiros, especialmente no que diz respeito às cotações de moedas;
  • Adoção de medidas proativas para prevenir desordem informacional econômica, incluindo contextualização, revisão dos processos de validação e publicação de informações financeiras, mesmo que advinda de terceiros;
  • Reforçar nas políticas internas de relação com usuários a importância da integridade da informação para a proteção do investidor popular, destacando o papel das plataformas digitais na democratização do acesso à informação econômica e na promoção de um ambiente econômico seguro e transparente.

O que diz o Google

Procurado pelo Metrópoles, o Google informou que “os dados em tempo real exibidos na Busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros”. “Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas aqui“, diz trecho da nota.


Fonte: Metrópoles