O desemprego nunca esteve tão baixo no país, apontam novos dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira. O percentual de desocupados renovou a mínima histórica e chegou a 6,1% no trimestre encerrado em novembro, em linha com o esperado pelos agentes econômicos. É o menor patamar já registrado pela pesquisa do instituto, iniciada em 2012.
A ocupação também registrou novo recorde e chegou a 103,9 milhões de trabalhadores, com o nível da ocupação no ponto mais alto da série: 58,8%. Há 39,1 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada no país, também o maior patamar registrado pela pesquisa.
Ela explica que esse cenário estimula o consumo, que, por sua vez, reforça o crescimento do emprego e o ganho de renda em diferentes setores, seja em postos mais básicos ou em serviços mais qualificados. Por outro lado, será preciso avaliar a sustentabilidade dessa conjuntura ao longo de 2025:
— De fato, é uma taxa bem baixa dado o histórico que a gente tem da pesquisa. Mas vamos ter que acompanhar ao longo do ano que vem o conjunto de informações dos indicadores econômicos, como o PIB e a trajetória da renda.
Há mais pessoas empregadas no mercado de trabalho do que no trimestre móvel anterior, mostram os dados da pesquisa. A indústria absorveu 309 mil novos trabalhadores, um crescimento de 2,4%. A construção adicionou 269 mil vagas, alta de 3,6%.
O setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais empregou mais 215 mil pessoas, um aumento de 1,2%. Já os serviços domésticos cresceram 3,0%, com 174 mil novos postos. Juntos, esses setores foram responsáveis por 967 mil novos empregos no trimestre.
Adrielle Mozeli, de 32 anos, vivia há três de alguns bicos como design de sobrancelhas e manicure, além da renda do marido, motorista de caminhão. No entanto, sua realidade mudou nos últimos meses. Em novembro, ela conseguiu um emprego de carteira assinada como atendente de uma padaria no bairro onde mora, em Jardim Gramacho, na cidade de Duque de Caxias, Região Metropolitana do Rio.
— Passei a ajudar em casa e a presentear a mim e ao meu marido. Não é que dê para gastar muito mais, só deixei de pedir ajuda aos outros. Consegui ter um cartão de crédito. Quero investir em cursos de estética, para um dia trabalhar por conta própria, e penso até em comprar uma casa nova — conta Adrielle, que hoje mora em cima da casa da sogra.
Recorde no setor privado
Segundo o IBGE, há 53,5 milhões de pessoas atuando no setor privado, número também recorde da série. Já no setor público, são 12,8 milhões de trabalhadores. O emprego sem carteira, por sua vez, ficou estável no trimestre em 14,4 milhões.
Massa salarial cresce 7,2% no ano
O rendimento real (já descontado a inflação) ficou estável em R$ 3.285 no trimestre, com alta de 3,4% no ano. Nessa comparação trimestral, apenas o emprego no setor de transporte e armazenagem teve alta no rendimento médio: avanço de 4,7%, ou incremento de R$ 141.
No ano, porém, o rendimento real do trabalhador cresceu em três atividades: comércio (alta de 3,9%); transporte e armazenagem (7,8%) e serviços domésticos (3,6%). Os demais grupamentos tiveram estabilidade.
A massa de rendimento real habitual, que é a soma de todos os rendimentos da população ocupada, atingiu novo recorde em novembro: R$ 332,7 bilhões. O número indica uma alta de 2,1% no trimestre e de 7,2% no ano.
Pnad x Caged
Novos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) serão divulgados também nesta sexta-feira. Até agora, os dados de outubro apontaram uma abertura de 132.714 vagas mil postos de trabalho no mês.