Um homem de 49 anos se tornou a primeira pessoa do Reino Unido a passar por um transplante duplo de pulmão. O procedimento foi realizado no domingo (22/12), no Royal Papworth Hospital, na Inglaterra.
Médicos acreditam que a técnica inovadora, chamada de perfusão pulmonar ex vivo (EVLP), pode aumentar o número de pulmões disponíveis para doação e beneficiar mais pacientes que aguardam na fila de espera.
Daniel Evans-Smith é ex-fumante. Ele largou o tabagismo há 12 anos, mas desenvolveu doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A condição é classificada como a terceira maior causa de morte em todo o mundo. Entre o final de 2023 e o início de 2024, o paciente sofreu cinco colapsos pulmonares.
“Sinto-me muito privilegiado por ter tido a oportunidade de passar pelo transplante. No ano passado, foi cogitado que teria de passar para cuidados paliativos em breve. Se não fizesse um transplante de pulmão, a probabilidade era de que eu não sobrevivesse por muito mais tempo”, declarou no Daniel.
Técnica inovadora de transplante de pulmão
A técnica de perfusão pulmonar ex vivo (EVLP) consiste em aproveitar pulmões doados que são considerados “limítrofes” e testá–los fora do corpo, em uma máquina especial, para avaliar a possibilidade de doação.
A máquina imita o ambiente do corpo humano, permitindo que os pulmões inflem e desinflem normalmente, por até quatro horas. Esse intervalo de tempo permite que a equipe médica faça a avaliação detalhada do órgão e administre terapêuticas de curto prazo, quando necessário.
Se os pulmões apresentarem bom desempenho durante pelo menos três horas de testes, eles são removidos do sistema e colocados no gelo para serem enviados para transplante.
EVLP é uma técnica amplamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos. No Reino Unido, no entanto, ela era usada apenas para ensaios clínicos.
“É um marco importante para nossos pacientes de transplante de pulmão, e um novo começo para Daniel, que continua a receber cuidados especializados de nossas equipes multidisciplinares”, disse o líder cirúrgico para Transplante no Royal Papworth Hospital, Marius Berman.
O procedimento foi bem-sucedido e Daniel voltou para casa, em Northampton, para continuar sua recuperação.
“Não posso agradecer o suficiente ao meu doador e sua família. O transplante já fez uma grande diferença. Não tive resfriado, infecção no peito ou sintomas que vinha sofrendo nos anos anteriores até agora. Já consigo caminhar mais do que antes e não preciso descansar com tanta frequência”, celebrou.
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Fonte: Metrópoles