Investigadores sul-coreanos solicitaram um mandado de prisão para o presidente suspenso Yoon Suk Yeol por causa da imposição da Lei Marcial, disse uma autoridade nesta segunda-feira (30), a primeira vez que um presidente em exercício enfrentou tal ação.
Yoon não respondeu às intimações para interrogatório feitas pela polícia e pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão, que estão investigando em conjunto se a declaração de Lei Marcial de 3 de dezembro foi uma insurreição.
A polícia tentou, mas não conseguiu, fazer uma batida no gabinete presidencial como parte da investigação.
Um tribunal de Seul decidirá se emitirá um mandado de prisão após a solicitação.
A insurreição é uma das poucas acusações pelas quais um presidente sul-coreano não tem imunidade.
Yoon Kab-keun, advogado do presidente suspenso, disse que o pedido de prisão é “injusto” e que a agência anticorrupção não tem autoridade para fazê-lo.
“A Lei Marcial de Emergência está dentro da autoridade do presidente”, disse o advogado aos repórteres do lado de fora do Tribunal Distrital Ocidental de Seul, depois de apresentar um parecer por escrito sobre o pedido de mandado de prisão, bem como uma carta de nomeação de advogados.
Yoon foi suspenso dos poderes presidenciais depois de sofrer um impeachment pelo Parlamento devido à sua decisão de impor a Lei Marcial.
Tropas mascaradas, equipadas com rifles, coletes à prova de balas e equipamentos de visão noturna entraram no Parlamento após a declaração de Lei Marcial.
O decreto durou apenas algumas horas, até que o Parlamento votou para derrubar a lei.
A medida chocou a nação, que é uma democracia desde a década de 1980, e causou alarme internacional entre aliados como os Estados Unidos e parceiros comerciais da quarta maior economia da Ásia.
Um julgamento do Tribunal Constitucional foi iniciado para determinar se Yoon deve ser reintegrado ou removido permanentemente do cargo. O tribunal tem 180 dias para tomar uma decisão.
Na sexta-feira (27), o tribunal realizou sua primeira audiência preparatória, na qual foi negado um pedido dos advogados de Yoon de adiamento dos procedimentos para melhor se preparar. O tribunal disse que agiria rapidamente.
A próxima audiência está prevista para 3 de janeiro.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Investigadores da Coreia do Sul pedem prisão de presidente por Lei Marcial no site CNN Brasil.