Sob o comando de Jair Bolsonaro, militares da ativa passaram a receber generosas indenizações ao migrarem para a reserva. Dos indiciados pela PF por tramar e arquitetar um golpe de estado ao lado de Bolsonaro, cinco engordaram suas contas bancárias num total de R$ 2,2 milhões nos últimos anos, segundo dados do Portal da Transparência.
O general Mário Fernandes, um dos “kids pretos” que idealizou o plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, recebeu R$ 421,9 mil (R$ 262,4 mil em agosto de 2020 por ter ido para a reserva e R$ 159,5 mil de verbas indenizatórias em junho de 2021).
Almir Garnier, o ex-comandante da Marinha, corporação que divulgou um vídeo sugerindo não ter “privilégios”, recebeu R$ 364,3 mil (R$ 265,1 mil de indenização em 2021 e mais R$ 99,4 mil em 2023).
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Nogueira de Oliveira, contabilizou só em maio de 2021 indenizações que somadas chegam a R$ 300 mil.
Já o general Estevam Theophilo Gaspar ganhou R$ 776,3 mil (R$ 381,4 mil em 2023 referente a indenização por ter ido para reserva e mais R$ 394 mil em janeiro de 2024 de “verbas indenizatórias”).
O coronel Cleverson Magalhães, usado por Mauro Cid para ter acesso ao general Estevam Theóphilo, recebeu R$ 288,8 mil para passar para a reserva em novembro de 2023. Já o coronel Carlos Giovani Pasini, apontado como um dos responsáveis “pela elaboração, revisão e aprimoramento da carta para pressionar o Alto Comando do Exército a aderir ao plano golpista”, embolsou R$ 222,6 mil de indenizações para vestir o pijama em fevereiro de 2023.
A propósito, ainda em 2020, como denunciou à época o então deputado Elias Vaz (PSB-GO), Walter Braga Netto, hoje indiciado pela PF na trama golpista, recebeu em apenas dois meses R$ 926 mil em indenizações, salários e férias não gozadas.
O Globo