Na véspera do Copom, mercado eleva projeção da Selic para 12% ao ano

O mercado financeiro voltou a elevar a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim de 2024, 2025, 2026 e 2027. Para este ano, a estimativa dos analistas passou de 11,75% ao ano para 12% ao ano.

É o que mostram os dados do relatório Focus mais recente, divulgado nesta segunda-feira (9/12) pelo Banco Central (BC). As projeções são fruto da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.

Ou seja, o mercado aposta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentará a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na próxima e última reunião do colegiado, prevista para ocorrer nestas terça (10/12) e quarta-feira (11/12).

Segundo a projeção, a Selic subirá dos atuais 11,25% ao ano para 12% ao ano até o fim de 2024.

Para 2025, o mercado projeta que a Selic sairá dos 12,63% ao ano para 13,50% ao ano. Em 2026, a estimativa é de alta, saindo de 10,50% para 11%, ao ano, Para 2027, a previsão subiu dos 9,50% ao ano para 10% ao ano.

Inflação

O mercado financeiro continua projetando que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, vai estourar a meta de 2024. Além disso, os economistas aumentaram as previsões da inflação para os próximos três anos.

A previsão do índice para este ano passou de 4,71%, estimado na semana passada, para 4,84% — isso significa que os economistas continuam prevendo a inflação acima do intervalo de tolerância da meta do governo Lula para este ano, que é de 4,50%.

Para 2025, a projeção do mercado para o IPCA subiu de 4,40% para 4,59%. Em 2026, a projeção foi alterada para cima, saindo de 3,81% para 4%. Enquanto para o ano de 2027 a previsão passou de 3,50% para 3,58%.

Atualmente, o IPCA está em 4,76% no acumulado de 12 meses até outubro — valor acima do teto da meta. No mês passado, a inflação cresceu 0,56%, puxada pelo aumento dos preços da energia elétrica residencial (4,74%) e das carnes (5,81%).

A meta da inflação para 2024 é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%). O objetivo foi traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento.

A próxima divulgação oficial do IPCA está prevista para ocorrer nesta terça-feira (10/12).

PIB

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada, pela terceira semana seguida, indo de 3,22% para 3,239%. Com isso, as expectativas do mercado para o crescimento da economia brasileira estão na mesma linha das estimativas feitas pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, que prevê alta de 3,3% em 2024.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, e uma queda implica encolhimento da produção econômica da nação.

Para 2025, a previsão dos economistas subiu de 1,95% para 2%. Além disso, permaneceu em 2% para os anos de 2026 e 2027.

Outros indicativos

Dólar

O mercado financeiro alterou para cima as previsões da taxa de câmbio (o dólar) para os anos de 2024, 2025, 2026 e 2027.

  • 2024: a projeção para a taxa de câmbio cresceu de R$ 5,70 para R$ 5,95.
  • 2025: o valor passou de R$ 5,60 para R$ 5,77.
  • 2026: a previsão subiu de R$ 5,60 para R$ 5,73.
  • 2027: o mercado revisou a estimativa de R$ 5,50 para R$ 5,69.

O dólar fechou o pregão da última sexta-feira (6/12) cotado a R$ 6,07, após o anúncio do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE).

Balança comercial

O saldo da balança comercial (valores do total exportações menos as importações) caiu de R$ 75 bilhões para R$ 74,15 bilhões de superávit em 2024, conforme projeção do mercado.

Para 2025, o valor caiu de R$ 76,02 bilhões para R$ 75,70 bilhões. Em 2026, a projeção de superávit subiu de R$ 78,68 bilhões para R$ 78,73 bilhões.

Para 2027, o mercado também elevou o saldo da balança comercial de R$ 80,05 bilhões para R$ 80,83 bilhões.



Fonte: Metrópoles

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