Uma condição rara impede Grayson Whitake, 19 anos, de celebrar o Natal com a família. O jovem inglês vive desde a infância com síndrome da sensibilidade seletiva a sons.
Também chamada de misofonia, a doença é caracterizada pelo incômodo intenso a sons repetitivos, como o dos talheres, mastigação, mascar de chiclete, tosse, pigarro, assoar do nariz ou assovios, por exemplo. O som da digitação, o apertar da caneta e o estalar dos dedos também podem ser extremamente perturbadores para as pessoas que convivem com a condição.
“Nunca tive um jantar de Natal com minha família, então não tenho essas boas lembranças. Eu adoraria estar com meus pais em vez de ficar preso no meu quarto sozinho, mas fisicamente não posso por causa dos sons. Eu simplesmente me tranco no meu quarto”, conta Grayson em entrevista ao jornal The Sun.
O adolescente diz sentir raiva com todo o barulho. Por isso, ele prefere ficar trancado no quarto a descontar o sentimento na família.
O quadro mais comum da misofonia é a forte reação emocional negativa, incontrolável e desproporcional às situações de exposição aos sons. Os pacientes acabam sentindo irritabilidade, raiva, ódio e, às vezes, nojo. O sentimento pode ser acompanhado por sintomas físicos, como mal-estar, taquicardia, palpitação e sudorese.
“Lembro-me de quando eu era criança e tinha que sair do quarto se meu pai fungasse. A raiva era avassaladora. Eu não sabia como falar sobre minhas emoções, então meus pais achavam que eu estava sendo um pirralho. Eles não perceberam que havia algo realmente errado até eu começar a coçar as pernas”, lembra.
Grayson abandonou a escola porque não conseguia lidar com os sons dos colegas e passou os anos seguintes isolado no quarto. O rapaz começou a fazer terapia e a praticar atividades físicas para aliviar a raiva.
Hoje ele trabalha em uma rede de fast food, onde diz ser barulhento, mas que os ruídos repetitivos acabam sendo abafados, o que facilita seu cotidiano.
O jovem inglês espera ajudar outras pessoas que sofrem com misofonia, levando informação. “As pessoas realmente não entendem, o que é muito difícil. Espero que um dia eu consiga me recompor e passar o Natal com minha família”, conta.
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Fonte: Metrópoles