Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram um grupo de neurônios que trabalha na regulação do apetite. Localizados no hipotálamo – região do cérebro que regula sede, fome, temperatura e pressão arterial – essas células ainda não eram conhecidas. A expectativa agora é que se tornem alvo de novos tratamentos contra a obesidade.
Neurônios responsivos à leptina, o hormônio da saciedade, são importantes no controle da obesidade. Secretada pelas células que armazenam gordura, a leptina participa da regulação do apetite e do metabolismo. Ela é responsável por enviar sinais ao cérebro influenciando a sensação de saciedade e no gasto energético.
A novidade foi publicada nesta quinta-feira (5/12), na revista Nature. Cientistas do Laboratório de Genética Médica da Universidade Rockefeller, em Nova York, do Instituto de Ciência do Genoma (IGS) da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (UMSOM), de Baltimore, e das universidades de Nova York e Stanford participam do trabalho.
“Sabemos há muito tempo que o hipotálamo desempenha um papel na fome, nos níveis hormonais, nas respostas ao estresse e na temperatura corporal. Uma vez que nossa pesquisa anterior mostrou que programas regulatórios únicos em genes dão origem a populações neuronais especializadas, faz sentido que esta nova pesquisa tenha descoberto um conjunto previamente desconhecido de neurônios que regulam a ingestão de energia e alimentos”, afirmiu Brian Herb, um dos líderes do trabalho, em comunicado à imprensa.
Herb é também o autor de um estudo pioneiro, onde tecnologia de célula única foi usada pela primeira vez para mapear as células no hipotálamo em desenvolvimento em humanos, registrando desde células-tronco precursoras até os neurônios maduros.
O novo estudo foi feito a partir de testes com camundongos. Os pesquisadores descobriram que os neurônios recém-encontrados (BNC2) expressam receptores para o hormônio leptina. Assim, os BNC2 ajudam a suprimir a fome e respondem a sinais sensoriais relacionados à comida, como palatabilidade alimentar (que ajuda o animal a fazer uma escolha sobre o que comer) e estado nutricional.
Para fazer o experimento, os cientistas separaram os camundongos em dois grupos. O primeiro teve o receptor de leptina desativado nos neurônios BNC2. Como resultado, eles comeram mais e ganharam mais peso do que os camundongos do segundo grupo, de controle.
Os pesquisadores também adicionaram uma substância fluorescente aos neurônios BNC2 e notaram que, quando alimentavam os camundongos após o jejum, os BNC2 eram ativados. Por outro lado, as populações de neurônios conhecidas no hipotálamo não reagiam.
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Fonte: Metrópoles