Representantes da indústria criticam aumento dos juros

O setor industrial não enxergou com bons olhos a elevação de 1 ponto na taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira (11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a elevação dos juros para 12,25% ao ano como “incompreensível e totalmente injustificada”, uma vez que significará menos investimentos e, consequentemente, menos emprego e renda.

A associação afirmou que o BC não levou em consideração a “desaceleração da atividade econômica, já observada no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, e a tendência de redução de juros nas principais economias globais, como os Estados Unidos, que partem para o terceiro corte seguido nos juros na próxima semana”.

“Manter o ciclo de alta da Selic iniciado em setembro já configuraria um erro do Banco Central. Intensificar esse ritmo, como a autoridade monetária escolheu, portanto, não faz sentido no atual contexto econômico, marcado pela desaceleração da inflação em novembro e pelo pacote efetivo de corte de gastos apresentado pelo governo federal”, avaliou.

Com a mesma abordagem, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) pontuou que o aumento é excessivo e que representa mais um obstáculo para a atividade da indústria nacional.

Apesar disso, a federação disse reconhecer o cenário atual de incerteza em relação à trajetória da dívida pública.

“A Firjan pontua que enquanto o grave problema da sustentabilidade das contas públicas não for resolvido, o país não terá espaço no orçamento para investir em bases essenciais para o aumento da produtividade e, assim, perpetuará um cenário de baixo crescimento, inflação elevada e juros altos”, afirmou em comunicado.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a decisão do Copom intensifica uma postura contracionista da política monetária na contramão da política fiscal.

“É uma situação de causa e consequência, se os juros sobem, a economia inteira entra em retração. As pessoas e as empresas veem o crédito sumir e quem ganha? Aquele que especula de olho no retorno no curto prazo, não quem produz e aposta no país”, disse em nota.

Para Roscoe, o aumento deve trazer impactos econômicos negativos para os investidores, prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico.

“A FIEMG manifesta sua profunda preocupação com a decisão, pois os juros excessivamente altos podem gerar mais danos à economia do que oferecer soluções eficazes. Diante disso, a FIEMG defende cortes urgentes na Selic como medida essencial para estimular o setor produtivo e evitar um ciclo de estagnação econômica”, avaliou.

Por fim, Roscoe reforçou ser necessária uma política monetária mais equilibrada para fortalecimento da economia brasileira, e uma atuação firme e estratégica por parte do Banco Central.

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