Abaixo da meta: 61% ainda não tomaram 2ª dose da vacina da dengue

A vacina da dengue está longe de alcançar as metas esperadas no Brasil. Dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) adiantados ao Metrópoles mostram que, até 12 de janeiro, 2,3 milhões de pessoas no país tomaram a primeira dose do imunizante, mas apenas 900 mil completaram o esquema vacinal.

Os números mostram que apenas 39% dos que tomaram a primeira dose estão com a caderneta de vacinação em dia, enquanto aproximadamente 61% ainda não retornaram aos postos de saúde para a segunda aplicação. Pode, porém, haver atrasos no registro de aplicações dos municípios, o que alteraria levemente os números.

A vacinação com a Qdenga só é considerada completa quando se toma duas doses do imunizante, com três meses de intervalo entre uma e outra.

Infectologistas alertam que a imunização incompleta compromete a proteção que seria dada com as duas doses. “Para previnir o avanço da doença nos próximos anos, vamos precisar de um engajamento maior da população com a vacinação. Quanto mais gente imunizada, melhor: tanto do ponto de vista individual, como também do social, com a redução da circulação dos vírus”, explica o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo.

Esquema vacinal da Qdenga

Quando aplicada em duas doses, a Qdenga previne aproximadamente 80% dos casos da doença e reduz em 90% o risco de hospitalização. Os índices permanecem muito parecidos mesmo quando passados 4,5 anos da imunização completa.

A enfermeira Heryka Cavalcante, do Sabin Vacinas, destaca que a população é essencial para reduzir os casos. “A eficácia dessas ações depende diretamente do engajamento para alcançar uma cobertura vacinal adequada. A Qdenga tem um esquema vacinal é simples, com duas doses aplicadas em um intervalo de três meses, tornando a adesão prática e eficiente”, indica.

O esquema vacinal adotado pelo Ministério da Saúde prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, segunda faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. A primeira é o grupo dos idosos, mas a vacina não foi testada nesta população nos ensaios clínicos.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona, para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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A vacina da dengue no SUS

A vacina Qdenga protege contra os quatro sorotipos principais da dengue. O esquema recomendado é de duas doses com intervalo de três meses entre as aplicações. Na rede privada, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos.

“A vacina é uma das estratégias de controle da doença, mas, devido à baixa disponibilidade mundial do insumo, a forma mais eficaz continua sendo a adoção de medidas de prevenção, com a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti”, afirmou o Ministério em nota.

Foram compradas 5,2 milhões de doses e 1,3 milhão foram doadas pela fabricante, a Takeda, para 2024. Para 2025, foram adquiridas 9,5 milhões de doses. Até o momento, 6.370.955 já foram distribuídas para 1.920 municípios.

Risco de um novo aumento de casos

Nas duas primeiras semanas de 2025, foram registrados 57 mil casos de dengue, quase a metade do que foi contabilizado em 2024, mas, ainda assim, o segundo maior número da história do Brasil neste período. A circulação recente de sorotipos mais raros, como o 3, pode dificultar o controle da doença.

Weissmann destaca a importância da vacinação para conter novos surtos em um momento em que a dengue deixou de seguir um padrão sazonal previsível. “Antes, tínhamos ondas de casos praticamente ano sim, ano não. Isso caiu por terra. Não é mais possível confiar que, só pelo grande número de casos em 2024, veremos uma redução em 2025”, alerta.

A variação climática também preocupa. O aumento das chuvas e das temperaturas favorece a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, a mobilidade da população durante as festas de fim de ano pode ter contribuído para a disseminação do vírus em diferentes regiões.

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Fonte: Metrópoles

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