A investigação da Polícia Federal (PF) que mira o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e possível participação de parlamentares em fraudes com desvio de emendas e licitações, seguirá na Superintendência da Bahia, que começou a apuração.
Havia uma expectativa interna de que o caso fosse transferido para a sede da PF em Brasília, que tem uma diretoria específica para apurar inquéritos que envolvam pessoas com foro privilegiado e políticos, como é o caso.
No entanto, segundo fontes da corporação, o inquérito seguirá no guarda-chuva da PF da Bahia, que já tem vasto material da investigação.
O caso foi enviado da Justiça Federal a pedido da PF por citação ao deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), líder do partido na Câmara dos Deputados.
Em dezembro, a CNN revelou que a PF achou no cofre do “Rei do Lixo” uma escritura de uma transação imobiliária com Elmar.
A CNN mostrou ainda que a chefe de gabinete de outro político influente, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), candidato a presidente do Senado, também aparece nas investigações.
Ao remeter a investigação ao Supremo, o juízo de primeira instância disse que, de acordo com a PF, os autos deveriam ser distribuídos ao ministro Flávio Dino, “em razão da conexão com investigação em curso sob sua relatoria”. O pedido da corporação policial foi endossado pela Justiça.
Contudo, o presidente em exercício do STF durante o recesso do Judiciário, ministro Edson Fachin, analisou o caso e entendeu que a relatoria deveria ser determinada por sorteio — o que foi feito, com a definição do nome do ministro Nunes Marques.
A avaliação foi de que a ação sobre a transparência e a rastreabilidade das emendas parlamentares, que tramita sob a relatoria de Dino, não o torna automaticamente responsável por investigações específicas sobre desvios.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Apesar de ir ao STF, investigação do “Rei do Lixo” segue na PF da Bahia no site CNN Brasil.
Fonte: CNN