A avaliação do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, é de que não houve justificativa para que os 88 brasileiros deportados do Estados Unidos na última sexta-feira (24) tenham chegado algemados em solo brasileiro.
“Não há justificativa para que pessoas que não são presidiários, que não oferecem risco nenhum, que estão no seu próprio país, estarem acorrentadas, e ali subjugadas e maltratadas”, afirmou em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura.
A cena de alguns passageiros descendo da aeronave em Manaus algemados e acorrentados pelos pés causou reação do Itamaraty, que prometeu cobrar o governo dos Estados Unidos sobre o procedimento, por uma possível violação de acordo entre os dois países para a deportação de brasileiros ilegais por lá.
Embora reconheça que há procedimentos internacionais de segurança que devem ser cumpridos nesses casos, Andrei ressaltou que cada país tem o direito de definir suas regras.
“Nós, por exemplo, temos uma análise de risco feita para que caso a caso a gente analise se há necessidade ou não de fazer a contenção por algemas das pessoas”, explicou.
Segundo Andrei, o governo federal e o Ministério da Justiça e Segurança Pública optaram por uma “postura de acolhimento”.
A PF abriu um “registro de fato” para averiguar se houve abusos contra os 88 nacionais.
Sobre outros episódios em que brasileiros foram deportados dos EUA, o chefe da PF afirmou que “em nenhum deles os brasileiros desceram em solo nacional algemados e acorrentados”.
A CNN apurou que o Brasil já pediu várias vezes para as autoridades americanas reconsiderarem o uso de algemas, mas a resposta sempre é de que os acessórios evitam brigas durante o voo ou mesmo um sequestro do avião.
Durante a pandemia da Covid-19, quando havia voos semanais de deportados, a discussão voltou a tona, mas o uso das algemas não foi flexibilizado.
*Com informações de Basília Rodrigues, da CNN
Este conteúdo foi originalmente publicado em Chefe da PF critica chegada de deportados algemados: “Não há justificativa” no site CNN Brasil.
Fonte: CNN