Representantes da Associação Internacional de Alzheimer divulgaram, no final de dezembro, um protocolo com referências e recomendações para acelerar a adoção do exame de saliva para identificar a doença.
O teste, indolor e de baixo custo, pode revolucionar a triagem do Alzheimer e torná-la mais acessível. Atualmente, o padrão de teste confirmatório é feito com punção de líquido espinhal para identificar as proteínas tóxicas associadas à doença e só é feito em casos mais avançados, dada sua complexidade e custo.
Além de dar mais conforto aos pacientes, se espera que o exame de saliva possa detectar o problema antes do surgimento dos primeiros sintomas de demência e permita que os exames sejam feitos em mais pessoas.
O avanço pode revolucionar o diagnóstico precoce do Alzheimer, que hoje depende majoritariamente de avaliações clínicas depois que os pacientes relatam o início de sintomas relacionados ao esquecimento e dificuldades cognitivas.
Diagnóstico precoce do Alzheimer
O artigo com os resultados foi publicado na revista Alzheimer’s & Dementia em 30 de dezembro. O objetivo da pesquisa era propor um protocolo padrão de análise de saliva.
A saliva contém aproximadamente 30% das proteínas que são encontradas no sangue, mas sua coleta é mais simplificada e teve, se seguidos os padrões determinados, uma sensibilidade diagnóstica de 71,4%. Ou seja, o estudo indica que sete em cada dez pessoas com proteínas do Alzheimer e ainda sem sintomas poderiam ser diagnosticadas através da saliva.
O futuro do teste de saliva
A pesquisa ainda está em fase de validação e, por enquanto, não pode ser usada como protocolo de diagnóstico. Os valores estabelecidos como referência ainda serão testados em modelos clínicos para comprovar sua eficácia antes de serem adotados em larga escala.
Além disso, a proposta não é substituir exames existentes, mas facilitar a triagem, permitindo que pessoas com exames positivos de saliva possam ser encaminhadas para as técnicas mais complexas.
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Fonte: Metrópoles