Cerca de R$ 319 mil em emendas parlamentares do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram utilizados pela Marinha do Brasil para pagar a empresa Transuniversal Pinturas e Anticorrosão, cujo proprietário virou alvo da Polícia Federal (PF) após ser flagrado quando sacava R$ 345 mil em uma agência do Banco do Brasil localizada dentro da Base Naval, em Niterói (RJ).
A abordagem ao empresário André Martinez se deu depois de uma denúncia recebida pela PF sobre uso dos valores para um suposto pagamento de propina a integrantes do Comando da Marinha.
Segundo dados do Portal da Transparência, os R$ 319 mil em emendas foram destinados pelo senador entre 2020 e 2023 para o Ministério da Defesa e usados pela Marinha em áreas como a Base Naval do Rio de Janeiro, a Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação e ao Arsenal da Força.
Dos R$ 120 milhões recebidos pela Transuniversal desde 2011, segundo o portal Transparência, cerca de R$ 5,4 milhões têm origem em emendas. A maior parte de emendas de relator, o chamado orçamento secreto, e da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
No entanto, houve também o recebimento de emendas individuais, quando há a identificação do padrinho. É o caso de Flávio Bolsonaro que aparece atrelado a 18 pagamentos cujo beneficiário final, segundo o portal Transparência, foi a Transuniversal.
Segundo a denúncia anônima recebida pela PF, o dinheiro sacado por Martinez seria utilizado para pagamento de propina para “algum membro do Comando da Marinha, a fim de que este praticasse ato de ofício”.
Fábio Serepião
Do Metrópoles