Deca durabolin: riscos do esteroide que pode causar disfunção erétil

Poucos assuntos provocam tanta polêmica na comunidade fitness quanto o uso de esteroides anabolizantes. Entre eles, o deca durabolin — nome comercial do decanoato de nandrolona — se destaca ao ser sugerido muitas vezes como uma alternativa segura. O rótulo, porém, mascara os vários problemas de saúde que podem decorrer do uso estético da substância, que vão da disfunção erétil às alterações na pressão cardíaca.

Embora muitos anabolizantes sejam conhecidos por causar dificuldades de ereção, elas parecem ainda mais frequentes nos usuários de deca durabolin. “Ele leva a uma queda muito grande da libido e costuma diminuir muito a frequência e a intensidade das ereções”, explica o educador físico Leandro Twin, da Bluefit, um dos maiores influenciadores do Brasil quanto ao tema anabolizantes.

A condição, popularmente conhecida como “deca dick”, é apenas uma das muitas consequências do uso da substância que, apesar de prometer ganhos rápidos de massa muscular, pode trazer uma série de prejuízos à saúde.

O que é o deca durabolin?

O deca durabolin é um esteroide derivado da testosterona criado como medicamento para aumentar a massa muscular de pessoas em estado de fraqueza extrema, desnutrição ou que tiveram acentuada perda de massa em tratamento de doenças como o câncer.

A fórmula da nandrolona alterou a testosterona para que o hormônio continuasse levando aos ganho de massa muscular (anabolismo) sem causar os efeitos androgênicos, aqueles alteram o equilíbrio hormonal do corpo, acentuando características masculinas, alterando o sistema reprodutor e o funcionamento do coração. Entretanto, a separação não é perfeita e nas altas doses que os fisiculturistas usam (até 20 vezes superiores às indicadas para quem tem desnutrição grave), os efeitos colaterais adversos quase sempre aparecem.

“Todos os anabolizantes, mesmo os considerados mais leves, como é o caso do deca durabolin, apresentam riscos significativos, incluindo alterações hormonais, cardiovasculares e hepáticas”, afirma o endocrinologista Paulo Miranda, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Para que foi criado e quando?

O deca durabolin foi desenvolvido na década de 1960 com o objetivo de tratar condições médicas como balanço negativo de nitrogênio (fruto de desnutrição grave), anemias e para a recuperação de pacientes após cirurgias ou tratamentos prolongados com corticosteroides. Apesar de sua origem terapêutica, o abuso da substância em contextos estéticos desvirtuou suas finalidades iniciais e atualmente o remédio é pouco utilizado pra indicação inicial.

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Tem registro na Anvisa? Para que tipo de uso?

Sim, o deca durabolin ainda é considerado um medicamento e possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Brasil, ele é legalmente comercializado mediante prescrição médica.

A farmacêutica responsável por produzir o deca durabolin, assim como o durateston, outro anabolizante popular no Brasil, é a Aspen Pharma. Só em 2024, foram apreendidos quatro lotes de versões falsas do medicamento que estavam sendo vendidas no país.

A fabricante afirma que pacientes que necessitem do medicamento devem adquirir o remédio em farmácias de confiança para evitar os falsificados e o produto deve estar com a embalagem completa (ampola, caixa e bula). A venda oficial só é feita com a retenção da receita médica. O remédio possui apenas versões injetáveis.

Quais os efeitos do uso?

Quando administrado de forma controlada e para fins médicos, o deca durabolin pode ajudar na formação de massa muscular, auxiliar na formação de glóbulos vermelhos (melhorando a circulação de oxigênio no organismo) e contribuir para a recuperação muscular. Comparado com outros remédios com função semelhante, ele também é menos agressivo às articulações.

Quais são os riscos do uso estético?

Os riscos associados ao uso estético do deca durabolin são diversos e podem incluir até a hipertrofia cardíaca, condição que aumenta o risco de infarto. “O uso aumenta os níveis de colesterol ruim. Em homens, leva à supressão da produção natural de testosterona e o risco de infertilidade. Em mulheres, tem alto risco de virilização”, alerta Macedo. Também há relatos de efeitos psicológicos, como uma maior agressividade e mudanças de humor intensas inspiradas pelo excesso de testosterona.

Além disso, o remédio está ligado ao desenvolvimento de disfunções eréteis e problemas de libido. “Ele é muito ligado aos problemas de ereção. Também causa retenção de líquido, leva à hipertensão e aumenta bastante o risco de trombose. Embora tenha uma hepatoxidade menor que de outros esteroides, o risco de lesão do fígado ainda é alto”, explica o endocrinologista Clayton Macedo, da SBEM-SP.

A versão vendida no Brasil ainda é produzida com óleo de amendoim, o que pode causar graves crises alérgicas em pessoas suscetíveis. O deca durabolin é processado pela enzima aromatase no corpo, gerando o estradiol, um subproduto com funções semelhantes ao estrogênio, que pode causar crescimento de mamas em homens.

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Fonte: Metrópoles

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