A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre idosos em todo o mundo e a sétima principal causa de morte, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisadores do Centro Médico Universitário Erasmus MC, na Holanda, debruçaram-se sobre o tema para compreender como a doença afeta a expectativa de vida dos pacientes.
Os cientistas descobriram que a expectativa de vida média de uma pessoa com demência varia de dois a nove anos após o diagnóstico. A idade em que a condição é identificada é um fator importante. A conclusão foi publicada em novembro de 2024, no jornal científico BMJ.
O estudo também revela que uma em cada três pessoas com demência é internada em uma casa de repouso dentro de três anos após o diagnóstico.
Demência e expectativa de vida
Para entender melhor a relação entre o diagnóstico e a expectativa de vida, os pesquisadores da Holanda analisaram 261 pesquisas publicadas entre 1984 e 2024. Entre elas, 235 eram sobre sobrevivência e 79 sobre admissão em casas de repouso.
Juntas, elas continham dados de mais de 5,5 milhões de pessoas com idade média de 79 anos, de diferentes partes do mundo, incluindo Europa, Ásia, América do Norte e do Sul e Oceania.
A expectativa de vida após um diagnóstico de demência varia significativamente dependendo de fatores como:
- Idade em que o diagnóstico é dado;
- Sexo do paciente;
- Tipo de demência diagnosticada.
Homens diagnosticados aos 65 anos têm, em média, 5,7 anos de expectativa de vida, enquanto aqueles que recebem o laudo positivo aos 85 anos vivem cerca de 2,2 anos.
Mulheres diagnosticadas aos 65 anos têm expectativa de vida de até 9 anos, enquanto aquelas com 85 anos podem esperar viver, em média, mais 4,5 anos.
As populações asiáticas tendem a viver cerca de 1,4 ano a mais do que as europeias e a dos Estados Unidos. Pessoas com Alzheimer também parecem sobreviver 1,4 ano a mais do que as diagnosticadas com outras formas de demência.
“Estudos futuros sobre prognóstico individualizado devem, idealmente, incluir pacientes no momento do diagnóstico, levando em consideração fatores pessoais, sociais, estágio da doença e comorbidade, ao mesmo tempo em que avaliam medidas de resultados funcionais relevantes além da sobrevivência isoladamente”, consideram os pesquisadores.
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Fonte: Metrópoles