Divulgação de fake news sobre Pix financia golpes no país, diz Haddad

Divulgação de fake news sobre Pix financia golpes no país, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (15/1), que quem espalha notícias falsas sobre o Pix “está patrocinando organizações criminosas” que, segundo ele, se aproveitam das circunstâncias para aplicar golpes no país.

Entenda a situação do Pix no Brasil:

  • O Pix é o sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do Banco Central (BC), que está em funcionamento desde novembro de 2020.
  • Pix que somarem pelo menos R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas (as empresas) serão declarados à Receita.
  • Fisco alega que regras sempre foram as mesmas, sendo apenas incluído o novo sistema de pagamentos.
  • Governo tem sido acusado de fechar o cerco à classe média, apesar de ter afirmado que iria “incluir o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda”. Fazenda diz que a medida é direcionada aos grandes sonegadores.
  • Na última semana, o presidente Lula trocou o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência – dispensou o deputado Paulo Pimenta, que volta à Câmara, designou o marqueteiro Sidônio Palmeira para assumir o posto.

Haddad informou que o governo federal tomará providências contra quem divulga notícias falsas sobre o Pix e quem aplica golpes usando como justificativa a “taxação” nessa modalidade de pagamento — o que é mentira.

“A AGU [Advocacia-Geral da União] foi envolvida para tomar providências judiciais contra os golpistas. Quem está divulgando fake news está patrocinando organizações criminosas no país, que estão atuando [os golpistas], mandando boleto para a casa das pessoas, cobrando a mais indevidamente, dizendo que está sendo taxado, quando não está”, reforçou o ministro a jornalistas.

Confira a declaração do ministro:

O titular da Fazenda alertou para os golpes no comércio que podem ser caracterizados como “crimes contra a economia popular”. “Há golpes sendo dados no comércio. De uma pessoa querer pagar em Pix e ser cobrada a mais do que quem tá pagando em dinheiro, por exemplo. [Isso] pode caracterizar crime contra a economia popular”, disse.

Segundo Haddad, o próprio presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu que a AGU tome medidas legais nos casos que ocorram crimes envolvendo relações de consumo.

Ministro nega diminuição de transações via Pix

Haddad ainda negou que as transações via Pix tenham sofrido qualquer tipo de redução devido às notícias falsas em torno do sistema de pagamentos, como vem sendo alegado por algumas pessoas.

Questionado se há uma preocupação do governo com um possível enfraquecimento do sistema, e que, de alguma forma, ele passe a ser menos utilizado, Haddad respondeu:

“Ele não foi menos utilizado até aqui. Inclusive, teve uma notícia, quando você pega a sazonalidade, em janeiro caem as transações em Pix, na comparação com dezembro. É sazonal. Quando você considera a sazonalidade, não tem havido problemas desse tipo.”

Haddad vê alinhamento de big techs com a extrema direita

Nessa terça-feira (14/1), o ministro da Fazenda ainda criticou a onda de fake news nas rede sociais. Ele afirmou que depois do “alinhamento das big techs com a extrema direita”, o governo federal terá “dias difíceis pela frente”.

“Parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita, nós vamos ter efetivamente dias difíceis pela frente. Isso consome energia do governo, consome energia do Estado, funcionários públicos e tudo mais para combater um tipo de barbaridade que, na minha opinião, com esse alinhamento com o fascismo, deve acontecer mais”, disse ele.

Na semana passada, Haddad foi alvo de uma deep fake (vídeo artificial que usa o rosto e a voz de terceiros para modificar informações ou declarações). Na filmagem manipulada, o ministro aparece dizendo ser favorável à criação do “imposto do cachorrinho de estimação”.


Fonte: Metrópoles