Escolta e transporte a 5 km/h: o retorno ao Planalto do relógio destruído no 8/1

Após ser vandalizado nos atos de 8 de janeiro de 2023 e chegar da restauração na Suíça, o relógio do século XVII da Presidência da República foi transportado a 5 km/h em Brasília.

Todo o cuidado possível foi empregado para que o objeto voltasse a ser exibido em pleno funcionamento no Palácio do Planalto a partir desta quarta-feira (8), dois anos após a depredação da sede do Executivo federal.

A peça foi originalmente produzida por Balthazar Martinot e André-Charles Boulle, relojoeiros do rei francês Luís XIV.

O diretor da curadoria dos palácios da Presidência da República, Rogério Carvalho, explicou à CNN que, antes de qualquer movimentação do relógio, houve uma visita dos técnicos da Audemars Piguet ao Brasil para treinamento da equipe presidencial.

O conserto pela casa de alta relojoaria foi feito de graça para o governo federal por meio de um Acordo de Cooperação Técnica com a Embaixada da Suíça.

“O relógio, por ser uma máquina do século XVII, requer todo um trabalho muito específico, tanto de manuseio quanto de conservação. Então o relógio estava aqui, no Palácio do Planalto, na nossa reserva [técnica], quando veio da Suíça, e a movimentação para cá [edifício-sede] veio por escolta e andando muito devagar, a 5 km/h. Era realmente muito necessário porque o relógio não poderia ser deitado. Teria que vir sempre de maneira ereta para que a máquina não parasse”, afirmou.

Uma ânfora italiana azul e branca – espécie de vaso para líquidos – também voltou a ser exibida nesta quarta-feira no Planalto. Durante a invasão, chegou a ser quebrada em 180 pedaços, afirmou Carvalho. Agora, está recuperada.

O quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, e a escultura O Flautista, de Bruno Giorgi, por exemplo, foram atingidos por pedações de ferro.

O quadro sofreu diversos rasgos. A cabeça da escultura foi encontrada, posteriormente, por técnicos da Presidência, do outro lado do saguão onde fica exibida.

O diretor da curadoria presidencial relatou à reportagem ter sido um choque chegar ao Planalto e ver as obras de arte destruídas, com os vândalos ainda sendo presos, em 8 de janeiro de 2023.

Carvalho ressalta não só o trabalho feito pelas equipes curatoriais, mas também outros técnicos e pessoas da limpeza para encontrar os pedaços das obras que ficaram espalhados pelo Palácio.

“Importante a técnica ser sempre lembrada como algo absolutamente necessário. Então é importante agradecer profundamente os técnicos da UFPel [Universidade Federal de Pelotas], o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e os técnicos que trabalharam aqui comigo, que foram guerreiros no dia seguinte, no dia 9, logo cedo, recolhendo tudo aquilo que era possível”, concluiu.

Dezesseis obras que foram restauradas e entregues à Presidência da República no evento em memória aos dois anos dos ataques de 8 de janeiro, nesta quarta-feira, estão expostas no térreo do Palácio do Planalto.

A exposição, denominada “8 de janeiro: restauração e democracia”, também apresenta registros dos processos de restauração das obras de arte vandalizadas.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Escolta e transporte a 5 km/h: o retorno ao Planalto do relógio destruído no 8/1 no site CNN Brasil.



Fonte: CNN

Fatecs: provas serão realizadas neste domingo (29)

A prova que dá acesso aos cursos das Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) será realizada neste domingo (29). Os candidatos podem...

Juventus da Mooca aprova SAF, que prevê investimento de R$ 500 milhões

Os sócios do Clube Atlético Juventus aprovaram, neste sábado (28), uma proposta para constituição de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do departamento de...

Dr. Kalil: entenda a diferença entre boderline e transtorno bipolar

O Transtorno de Personalidade Borderline, também conhecido como Transtorno de Personalidade Limítrofe, é uma doença mental que afeta significativamente a vida dos pacientes. Durante...