A ciência pode finalmente ter encontrado um caminho para curar a Covid longa, a manifestação dos sintomas recorrentes meses ou até anos depois da infecção original por Covid-19.
Um estudo publicado na Nature Communications Medicine nesta terça-feira (7/1) indicou que o Paxlovid, um medicamento criado para combater a Covid-19, pode ser eficaz contra a condição.
A pesquisa documentou a experiência de 13 indivíduos que seguiram tratamentos prolongados de Paxlovid, e todos relataram melhora temporária nos sintomas. Cinco deles afirmaram não ter mais os problemas depois do uso do remédio. Um paciente, porém, interrompeu o tratamento devido a dores de estômago severas.
O Paxlovid, que combina os antivirais nirmatrelvir e ritonavir, é indicado para pacientes com Covid-19 não grave que apresentam alto risco para agravamento da doença até cinco dias depois do início dos sintomas. O tratamento busca evitar o agravamento da enfermidade, especialmente em pessoas com fatores de risco e menor resposta vacinal. Ele é distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma “segunda onda” dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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O uso do Paxlovid contra a Covid longa
Embora houvesse evidência clínica de que o medicamento pudesse evitar o desenvolvimento da Covid longa, este é um dos primeiros estudos sobre o uso da fórmula em cursos mais longos para tratar sintomas crônicos da condição.
Entre os casos relatados, um homem de 51 anos com sintomas persistentes como fadiga, confusão mental e zumbido relatou melhora drástica após um uso de 15 dias do medicamento. Uma mulher de meia-idade que sofria de dificuldades respiratórias e dores musculares desde 2020 também relatou melhoras significativas após 10 dias de tratamento.
Os resultados variáveis do estudo sugerem que o coronavírus pode criar reservatórios virais em alguns pacientes, mantendo pequenas cópias de seus agentes infecciosos nas células. Esta é uma hipótese que justificaria a persistência dos sintomas da doença mesmo com a aparente cura.
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