A jornalista Andreia Forneck é cotada para substituir a ainda diretora de Comunicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a jornalista Alcinete Gadelha. A mudança se dará na gestão da futura conselheira presidente Dulce Benício, indicada ao TCE pelo então governador Jorge Viana, e que assumirá o comando do tribunal nos próximos dias.
Dulce foi advogada de Viana, que também é patrono da indicação de Andréia, apontada como multiprestadora de serviços na área de assessoria de imprensa a entidades e instituições ligadas à esquerda política no Acre, entre elas o Sistema OCB, que congrega cooperativas e seus associados, além da própria Apex Brasil, cujo presidente é o ex-senador e amigo.
A jornalista assessorou o DNIT, órgão federal para Infraestrutura Terrestre, e deu visibilidade nas redes sociais à campanha do engenheiro Marcus Alexandre (MDB), na última campanha para prefeito de Rio Branco. Também deu impulsionamento à campanha do vereador eleito André Kamai (PT), que ainda tem a jornalista como “colaboradora”.
Os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia completam a lista de indicações pelos governos petistas.
Mal assombrado
Indicações ao TCE são, via de regra, feitas por gente influente na política e na sociedade acreana. A reportagem recebeu informações reservadas de que há uma “procissão” de comissionados tentando convencer Dulce Benício a não alterar de forma intensiva o quadro de servidores, em especial os comissionados.
Os salários no TCE são dos mais cobiçados, razão pela qual até mesmo os cedidos por secretarias – e o próprio Tribunal de Justiça – esperam de seus padrinhos a ingerência necessária para que sejam reaproveitados na nova gestão.
O critério da meritocracia do TCE não tem sido valorizado. E, de acordo com nossa fonte, “há mais gente fazendo nada do que cadeira para sentar”. Ele destaca que “isso aqui mais parece um lugar mal assombrado”, referindo-se à ausência de muitos servidores que “aparecem na folha de pagamento, não são vistos no local de trabalho e acham no direito da vitaliciedade também”.
“Historicamente, o TCE – braço da Assembléia Legislativa – tem sido apontado como instituição intocável, pela sua prerrogativa de julgar contas de gestores públicos. O Plano de Cargos e Carreira do tribunal é um dos mais generosos, ainda.
“Concurso público para provimento de cargos com base no mérito e conhecimento técnico é um luxo por aqui”, relatou.