Uma fruta exótica do sudeste asiático que conquistou o paladar brasileiro pode ser ter vários benefícios à saúde e ainda ser saborosa: a lichia.
A fruta de sabor delicado, que contrasta com sua casca áspera e rígida, tem vários nutrientes importantes para a saúde. Ela é uma fonte rica em vitamina C, fibras e potássio. Cada 100 gramas de lichia, por exemplo, contêm cerca de 71,5 mg de vitamina C, 50% mais do que a mesma quantidade de laranja.
A vitamina C é um elemento essencial para a manutenção de uma boa saúde imunológica e da aparência viçosa da pele. Além disso, a polpa branca da lichia é rica em flavonoides que contribuem para a prevenção de doenças degenerativas.
O nutricionista Gabriel Moliterne, do Hospital Albert Sabin, de São Paulo, destaca os benefícios da fruta: “Ela contém compostos bioativos poderosos que têm efeitos antioxidantes significativos. Eles ajudam a combater o estresse oxidativo e o envelhecimento celular, reduzindo o risco de doenças crônicas e condições autoimunes, como artrite e asma”.
Os benefícios do consumo de lichia
Impacto na saúde cardiovascular
A lichia auxilia na saúde do coração devido à presença de antioxidantes e potássio. Esses elementos ajudam a reduzir a pressão arterial, promovendo a função adequada dos vasos sanguíneos e prevenindo doenças cardiovasculares. A alta concentração de vitamina C também melhora a elasticidade das artérias.
Um estudo feito com camundongos em 2018 revelou ainda que as procianidinas extraídas da fruta possuem propriedades para atenuar a aterosclerose e a hiperlipidemia associadas ao consumo de dieta rica em gordura.
Em animais que consumiram lichia, observou-se redução significativa do acúmulo de gordura nas artérias após a introdução de compostos derivados da fruta. Isso poderia reduzir o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Efeito no controle do colesterol
Além disso, a ingestão regular de lichia pode contribuir para a redução do colesterol LDL, conhecido como ruim. Moliterne explica que a fruta colabora para a redução do colesterol melhorando a função cardíaca.
Estudos laboratoriais também sugerem que os compostos presentes em sua casca desempenham um papel relevante na regulação da gordura presente no fígado. A pesquisa apontou que as procianidinas podem modular genes relacionados à homeostase lipídica, reduzindo o risco de doenças metabólicas.
Reforço do sistema imunológico
A vitamina C presente na lichia fortalece o sistema imunológico, auxiliando na prevenção de infecções. Um estudo de 2016, por exemplo, indicou que a ingestão regular do nutriente aumenta a produção de anticorpos e reduz os níveis de inflamação sistêmica.
Os resultados da investigação mostraram um aumento significativo da produção de imunoglobulinas, indicando um fortalecimento das defesas do organismo.
Melhora do controle da glicose
A lichia pode contribuir para regular o metabolismo dos níveis de açúcar no sangue, reduzindo a resistência à insulina e contribuindo com o tratamento da pré-diabetes. “Ao lado da ameixa fresca e dos morangos, a lichia é uma das frutas mais recomendadas a quem está precisando controlar o açúcar e manter bons níveis de potássio no organismo”, recomenda a nutricionista Andrea Visintainer, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Melhores formas de consumo
A lichia pode ser consumida de diferentes formas, sendo a ingestão in natura a mais recomendada para aproveitar todos os nutrientes, especialmente as fibras, que favorecem a saúde digestiva e promovem mais saciedade. Sucos e chás também são opções, mas a fervura da polpa delicada pode reduzir os teores vitamínicos.
Contraindicações
O consumo moderado e equilibrado garante os benefícios sem riscos, mas Moliterne alerta que o excesso deve ser evitado. “A lichia é saudável, mas contém uma grande quantidade de hipoglicina, que altera o metabolismo de açúcar no corpo e faz os níveis de glicose caírem. O exagero pode causar uma redução muito aguda, a hipoglicemia, especialmente quando ingerida sem combinação com outros alimentos”, ensina.
A hipoglicemia pode causar sintomas que incluem confusão mental, palpitações, tremores e ansiedade.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Fonte: Metrópoles