A segunda gravidez da britânica Atlanta McIntyre, 29 anos, foi conturbada: diagnósticada com hiperêmese gravídica, a mulher foi colocada em coma pelos médicos e o parto por cesária aconteceu às 29 semanas, quando ela ainda estava desacordada. A jovem só descobriu o nascimento da filha quando acordou, dias depois.
A condição causa enjoos frequentes, e Atlanta passou semanas vomitando. Ela teve um quadro de desidratação severa e perdeu, no total, 12 kg. Segundo a mulher, os sintomas iniciais pareciam enjoos comuns de gestação, mas, como já tinha um filho, logo percebeu que havia algo de diferente.
A partir da oitava semana, ela mal conseguia segurar líquidos no estômago, porém nenhum médico acreditou que seu caso fosse excepcional. Durante uma das crises de vômito, ela aspirou a substância e precisou ser colocada em coma induzido.
“Me senti impotente ao ser desacreditada. Sabia que era algo grave, mas as pessoas ignoram os enjoos de uma gestante. Muitas mães compartilham histórias semelhantes”, destacou ela em entrevista à BBC.
A bebê nasceu aproximadamente 20 horas após a mãe ser colocada em coma, mas Atlanta só viu a filha uma semana e meia depois, quando foi despertada. A criança ficou mais dois meses na incubadora e ainda precisa se alimentar por meio de uma sonda devido ao parto excessivamente prematuro.
Hiperêmese: os sinais de alerta
A hiperêmese gravídica (HG) causa uma alta frequência de náuseas e vômitos graves durante a gestação, o que costuma levar a quadros de desidratação e perda de peso que podem até ser fatais se não forem controlados.
Estima-se que cerca de 1% das gestantes tenham o problema, que traz riscos consideráveis para mãe e feto. Vários fatores podem causar a HG, especialmente conflitos hormonais estimulados pela gonadotrofina coriônica humana (hCG). Fatores genéticos e psicológicos podem contribuir para seu aparecimento.
Os principais sintomas da HG incluem:
- Náuseas e vômitos intensos e persistentes que duram após os três primeiros meses de gestação;
- Perda de peso significativa, acima de 5%;
- Desidratação grave;
- Desequilíbrio hidroeletrolítico (baixa proporção de vitaminas e minerais essenciais, como cálcio e cloro);
- Confusão mental e desequilíbrio neurológico;
- Cetonúria (presença de corpos cetônicos na urina, sinal que aparece na diabetes descontrolada e na infecção urinária).
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Fonte: Metrópoles