Pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, acreditam que as características genéticas que diferenciam o homem moderno (Homo sapiens) dos nossos parentes extintos, como os neandertais e denisovanos, podem ser mais antigas do que se acreditava.
Os cientistas apontam que a história da evolução humana é mais complexa e interligada do que se pensava e desafia a ideia de que os humanos modernos são uma espécie completamente separada dos neandertais e outras variedades extintas. Em vez disso, sugere que temos uma história compartilhada.
“Nossos resultados apontam para um cenário em que os modernos e arcaicos devem ser considerados populações de uma espécie humana comum, que acumulou mutações e inovações culturais de forma independente”, escreveram os pesquisadores em um artigo publicado em dezembro no servidor bioRxiv. O trabalho científico ainda não foi revisado por pares.
Ao analisar o genoma de humanos modernos, neandertais e denisovanos, os cientistas identificaram um evento genético chave: uma alteração específica em nossos cromossomos, chamada de translocação do PAR2. Ela ocorreu muito antes da separação entre humanos modernos e neandertais, e essa mudança foi fundamental para a nossa evolução.
Para os pesquisadores, a descoberta indica que essa mudança genética já estava presente em um ancestral comum a ambas as espécies e efetivamente melhorou as taxas de reprodução e a estabilidade genética em machos – crucial para as espécies persistirem.
As mudanças no PAR2 são o que separa os humanos dos macacos e chimpanzés, junto com um grande rearranjo que gerou o cromossomo humano 2.
“Se estivermos procurando um instante que definiu a linhagem humana, podemos afirmar que os eventos são representados pela fusão do cromossomo 2 e pela translocação do PAR2”, escrevem os autores do estudo.
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Fonte: Metrópoles