Importadores pressionam Lula, Alckmin e Haddad contra greve da Receita

Importadores pressionam Lula, Alckmin e Haddad contra greve da Receita

A Associação Brasileira dos Importadores (Abimp) acionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contra a greve dos auditores fiscais da Receita Federal.

Em ofício encaminhado aos três gabinetes, a associação pediu “providências urgentes” para minimizar os prejuízos causados pela paralisação. A entidade manifestou preocupação com os impactos negativos causados ao setor de importação e ao comércio internacional.

6 imagens

1 de 6

Rafaela Felicciano/Metrópoles

2 de 6

Rafaela Felicciano/Metrópoles

3 de 6

Rafaela Felicciano/Metrópoles

4 de 6

Rafaela Felicciano/Metrópoles

5 de 6

Alckmin e Lula

Rafaela Felicciano/Metrópoles

6 de 6

“Determino que sejamos claros quanto aos nossos propósitos. Hora de união e reconstrução”, disse Alckmin

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com mais de 75 mil remessas represadas nos terminais alfandegários, as empresas relatam dificuldades crescentes na logística e no abastecimento de insumos essenciais.


O que está acontecendo

  • Auditores fiscais da Receita Federal estão em greve desde novembro de 2024. Eles pedem ampliação da estrutura e melhores condições de trabalho nas aduanas brasileiras. Esta é a segunda greve da categoria no intervalo de 12 meses.
  • Apesar da greve, fica assegurado o quantitativo mínimo de 30% de auditores fiscais trabalhando na Receita. Nas aduanas, a paralisação vai assegurar também a análise e desembaraço de cargas prioritárias definidas em lei, como cargas vivas, perigosas, perecíveis, medicamentos e alimentos.
  • Mesmo com o percentual mínimo, o setor diz que a greve paralisou 75 mil remessas expressas de importação e exportação.
  • Setores estratégicos, como o farmacêutico e o industrial, já registram atrasos na entrega de peças e insumos.

A entidade alega que a paralisação, iniciada em novembro de 2024, compromete o fluxo de mercadorias e gera impactos bilionários, afetando não apenas grandes importadores, mas também pequenas e médias empresas que dependem da liberação ágil de produtos para manter suas operações.

O presidente da Abimp, Michel Platini, destacou que a credibilidade do Brasil como um mercado confiável está em risco e enfatizou que a continuidade dessa crise pode afastar investimentos estrangeiros e encarecer produtos para o consumidor final.

“A lentidão nos processos aduaneiros afeta desde grandes indústrias até pequenos empreendedores que importam maquinário e matéria-prima. O governo precisa agir para evitar um colapso logístico e econômico que comprometa a competitividade do país no comércio global”, afirmou.

Coração da eocnomia

Para Platini, o cenário está comprometendo a competitividade do Brasil no mercado global, gerando incertezas entre os parceiros comerciais e afetando a imagem do Brasil como um mercado confiável.

“Essas interrupções ultrapassam as fronteiras da logística e atingem o coração da economia. A imprevisibilidade nos desembaraços aduaneiros afasta investidores e encarece produtos, criando um efeito cascata que prejudica toda a sociedade. No fim das contas, é o consumidor que paga a conta desse impasse”, disse.

A entidade reforçou a necessidade de uma solução urgente por parte do governo federal para mitigar os danos ao setor. A Abimp sustentou que paralisação já “extrapolou o limite do razoável” e pediu uma solução rápida que permita a retomada plena das atividades comerciais para evitar uma crise ainda maior no comércio exterior.


Fonte: Metrópoles