Após cederem na maior parte da sessão, as taxas dos DIs viraram para o positivo na reta final e fecharam esta terça-feira (7) em alta, puxadas pelo avanço firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior e pela realização de lucros de parte dos investidores após os recuos recentes.
A virada das taxas para o positivo no fim da tarde coincidiu com a recuperação do dólar, que zerou as perdas ante o real.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 14,025%, ante o ajuste de 14,021% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,01%, ante o ajuste de 14,994%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,92%, ante 14,815% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,69%, ante 14,576%.
Durante a maior parte do dia as taxas dos DIs — em especial os contratos até janeiro de 2028 — sustentaram perdas firmes, com investidores dando continuidade ao movimento recente de retirada de prêmios.
“Aqui a gente vem na contramão do exterior, onde as taxas sobem, porque tínhamos um excesso de prêmios em nossa curva de juros. O que ajudou a dar continuidade a este movimento foram as falas do (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad, reforçando o compromisso com medidas de contenção de gastos”, afirmou durante a tarde Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos, em um momento em que as taxas dos DIs ainda oscilavam no território negativo.
Em entrevista à GloboNews, Haddad disse que o governo encerrou 2024 com um déficit primário de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acrescentando que novas iniciativas para sanear as contas públicas seguem sendo estudadas.
Para o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, o recuo da curva brasileira nesta terça ocorria porque investidores seguiam queimando um pouco do excesso de prêmios incorporados no fim de 2024. “Não há nada de novo”, pontuou.
Na reta final, porém, as taxas migraram para o território positivo, em especial as de prazos mais longos.
Conforme operador de um grande banco de investimentos ouvido pela Reuters, a pressão de alta dos yields dos Treasuries contribuiu para a virada, assim como um movimento de realização de lucros após as baixas recentes.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava 43% de probabilidade de alta de 125 pontos-base da taxa básica Selic no fim de janeiro e 57% de chance de elevação de 100 pontos-base. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.
No exterior, os yields sustentavam altas firmes no fim da tarde, influenciados por leilões de títulos do Tesouro norte-americano. Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 8 pontos-base, a 4,691%.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Juros futuros sobem no fim do dia com Treasuries e realização de lucros no site CNN Brasil.