O protetor solar é a forma mais eficaz de proteger a pele contra os danos causados pelos raios solares. O uso diário é essencial para prevenir o câncer de pele, que está entre os mais comuns no Brasil, além de evitar queimaduras, manchas e o envelhecimento precoce da pele.
Nos últimos anos, surgiram no mercado os protetores solares em cápsulas, que prometem reforçar a proteção de dentro para fora por meio do uso oral. Mas será que o uso dessa fórmula é realmente eficaz?
A dermatologista Natália de Paiva Sobreira, da Rede Mater Dei de Saúde, explica que o protetor solar oral funciona como um suplemento que reduz os danos causados pelos raios solares, neutralizando radicais livres gerados pela exposição ao sol. “É preciso tomar cuidado, pois eles não oferecem a mesma proteção direta dos protetores tópicos contra UVA e UVB”, ressalta a especialista.
A dermatologista Amália Coutinho, que atua em Brasília, concorda. Segundo ela, o protetor solar em cápsula não possui a eficácia do protetor tradicional.
“Na verdade, ele é um antioxidante oral que minimiza danos que eventualmente podem chegar na nossa pele, mesmo quando passamos o protetor solar. Porque, querendo ou não, as pessoas não reaplicam o produto com a frequência que deveriam, ou aplicam numa quantidade inferior a recomendada”, esclarece.
Como o protetor solar em cápsula age no corpo?
Os ingredientes mais comuns encontrados nos protetores solares orais incluem Polypodium leucotomos, luteína, picnogenol, betacaroteno e vitamina C. De acordo com Natália, a cápsula é absorvida pelo sistema digestivo e os ingredientes circulam pelo organismo, protegendo as células da pele contra danos oxidativos.
“Esses ativos têm uma forte ação antioxidante, ajudando a reduzir a resposta inflamatória e diminuindo o estresse oxidativo causado pela radiação UVA e UVB”, explica.
Amália destaca que essas substâncias atuam no combate aos radicais livres que conseguem atravessar a barreira do protetor solar tópico, evitando danos à pele que podem levar ao aparecimento de rugas e, a longo prazo, até ao câncer de pele. “Elas são uma espécie de reforço interno para combater os efeitos nocivos da exposição solar”, acrescenta.
Apesar disso, as cápsulas não substituem a proteção física dos cremes e géis aplicados diretamente na pele. “A cápsula proporciona proteção antioxidante contra os danos internos causados pela radiação solar. Já os cremes criam uma barreira física ou química na superfície da pele, bloqueando diretamente os raios UVA e UVB”, detalha a dermatologista.
A profissional pontua que as cápsulas são uma solução interessante para complementar a rotina de cuidados com a pele, especialmente para pessoas que têm dificuldade em reaplicar o protetor solar. “Elas funcionam como uma camada extra de proteção, mas nunca devem ser encaradas como substitutas. A proteção tópica é essencial para barrar a radiação diretamente sobre a pele”, afirma.
Para quem o protetor solar oral é indicado?
- Pessoas expostas ao sol por longos períodos, como aquelas que vão passar temporadas na praia ou praticar atividades ao ar livre durante o verão ou em qualquer época do ano;
- Pessoas em tratamento de melasma ou outras condições dermatológicas agravadas pela exposição solar;
- Atletas, corredores, ciclistas e praticantes de esportes ao ar livre, que ficam muito tempo expostos ao sol;
- Pessoas em recuperação de tratamentos dermatológicos, como peelings ou lasers, que necessitam de proteção extra durante o processo de recuperação.
Há contraindicações?
Embora o protetor solar oral seja considerado seguro para a maioria das pessoas, Natália alerta que ele não é recomendado para alguns grupos específicos.
“O uso dessas cápsulas não é indicado para gestantes, lactantes ou pessoas alérgicas aos ingredientes da fórmula. Além disso, pessoas com condições de pele sensíveis ou que fazem uso de medicamentos para doenças específicas devem consultar um médico antes de iniciar o uso”, orienta a médica.
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Fonte: Metrópoles