Transtornos alimentares (TA) são doenças graves que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de a denominação estar ligada à alimentação, as consequências das condições vão além e influenciam aspectos emocionais e físicos. Entre as formas mais conhecidas de transtornos alimentares estão a anorexia nervosa, bulimia nervosa e o transtorno da compulsão alimentar.
Compreender os sintomas e causas dos distúrbios é essencial para o diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Segundo o Manual MSD, são sinais comuns dos transtornos alimentares: alterações na comida ou na quantidade consumida e adoção de medidas que evitem a absorção dos alimentos (uso de laxantes ou vômitos, por exemplo).
A psicóloga Laís Rodrigues, do Grupo Reinserir Psicologia, em São Paulo, indica que os transtornos alimentares podem começar nos primeiros anos de vida.
“A construção da relação com a comida é o princípio do desenvolvimento de um transtorno. Ou seja, desde criança, a maneira como a comida é ofertada pode influenciar, pois é o momento inicial de entendimento da vida. Além disso, a comparação estética é um dos fatores que ao longo do desenvolvimento humano pioram esse cenário”, afirma.
Formas mais comuns de transtornos alimentares
- Anorexia nervosa: restrição alimentar extrema e imagem corporal distorcida.
- Bulimia nervosa: compulsão alimentar, que é compensada logo depois com medidas que evitem o ganho de peso, como vômitos induzidos e uso de laxantes.
- Transtorno da compulsão alimentar: consumo de grandes quantidades de comida sem compensação de comportamentos, como no caso da bulimia.
Primeiros sintomas
Laís explica que os primeiros indícios dos TAs podem acontecer em uma simples navegação pelas redes sociais.
“Tudo pode começar com comentários depreciativos sobre o próprio corpo em um lugar de comparação e não de inspiração. A pessoa não consegue entender que cada um tem o seu processo de autoestima e quer ter o mesmo de uma influencer do Tik Tok, por exemplo, sem considerar uma série de privilégios que a figura pública pode ter”, exemplifica.
Atitudes aparentemente inofensivas também servem de alerta. “Existe também a distorção corporal, que é se ver muito acima do peso real, chegando ao ponto de comprar roupas que não são suas medidas como motivação tóxica para emagrecer. Além disso, essas pessoas evitam momentos de descontração com família e amigos porque consideram os ambientes hostis de alguma maneira”, explica.
Dificuldades para superar o transtorno alimentar
A nutricionista Julia Carricondo, do Instituto de Nutrição, em Brasília, destaca as dificuldades no tratamento dos transtornos alimentares. “Os principais desafios são lidar com medos e crenças alimentares, distorções cognitivas e comportamentos alimentares prejudiciais”, descreve.
Ter uma rede de apoio que envolva a família e amigos, mas também nutricionistas e psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde é fundamental para a melhora no comportamento alimentar do paciente.
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Fonte: Metrópoles