‘Tenho dois filhos gays, mas vou pautar tudo’, diz presidente da Câmara sobre agenda bolsonarista

O novo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União Brasil), abre os trabalhos da Casa no próximo sábado, dia 1º de fevereiro, prometendo fazer uma gestão baseada no diálogo, levar o Legislativo até as periferias e pautar projetos de todos os parlamentares, mesmo aqueles com os quais não concorda. O engenheiro de 66 anos que está no sexto mandato afirmou ter boa vontade com projetos de extrema direita que abordam questões de gênero, como as do influenciador bolsonarista Lucas Pavanato (PL), ainda que o convívio familiar lhe diga que não são boas ideias.

– Eu tenho dois filhos gays, então tem pauta que eu não concordo — disse ele, acrescentando que não deve evitar que esse tipo de projeto seja votado pelos colegas. — Vou pautar tudo.

O influenciador bolsonarista Lucas Pavanato (PL), candidato a vereador mais votado nas eleições municipais, protocolou três projetos relativos à comunidade LGBTQIA+ este mês: um deles procura estabelecer o “sexo biológico como único critério” para definir o gênero de atletas em competições; outro tenta proibir a realização ou o custeio de tratamentos hormonais e cirúrgicos para mudança de gênero em menores de 18 anos; e um terceiro estabelece a obrigatoriedade de todos os estabelecimentos públicos e privados contarem com banheiros exclusivos para homens e mulheres, quando houver capacidade.

As primeiras sessões na Câmara, adianta Teixeira, devem abordar o transporte de passageiros por moto, e já há três projetos sobre o assunto. Ex-secretário de Trânsito da capital paulista e criador da Faixa Azul exclusiva para motociclistas, Teixeira diz temer o aumento de mortes, mas acredita que o parlamento “não pode ir contra a maré” e precisa avaliar formas de autorizar o serviço oferecendo segurança para condutores e passageiros. A posição destoa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem atuado contra e obteve decisão judicial proibindo que a 99 e a Uber operem o mototáxi na cidade.

Os vereadores influencers vão tomar um choque de realidade na abertura dos trabalhos?

Olha, eu não vou falar pelos outros, vou falar por mim. A gente entra e passa a ter o dia a dia. O que você veio fazer? Veio construir a sua identidade e ajudar a cidade? Nesse caso, vai ter que se alinhar a esse perfil. ‘Ah, não, vim aqui porque quero ser deputado federal’. É outra realidade. Eu sempre sou votado no mesmo lugar porque tenho esse perfil de ir lá, construir e a resposta veio. Esses influenciadores, que hoje são vereadores, têm uma opinião. A diferença é que eu pesco com anzol, linha e vara e eles pescam jogando uma rede, trazendo tudo o que vem. É uma diferença de estilo, mas eles terão que dar uma resposta para o eleitor deles.

Eu tenho dois filhos gays, ponto. Então, já tem pauta que eu não concordo. É assim na Câmara: primeiro tem a CCJ, vai para o plenário, depois de aprovado pode virar lei. Eu voto contra, o outro vota a favor.

Mas o presidente tem a prerrogativa de pautar os projetos…

Isso eu tenho falado pra todos: vou pautar tudo. Eu não quero ser rolha, não quero segurar nada. ‘Ah, mas a pauta é difícil’. Para e volta, vai para a madrugada, para o dia seguinte, para o sábado, porque eu acho que, parando a pauta, eu estou prejudicando a cidade. Não precisa saber se a maioria vai aceitar, porque senão eu estou tolhendo o mandato do vereador. Eu posso discordar do que o Pavanato falou, mas não posso deixar de colocar as coisas dele para votar. Ele foi eleito por uma fatia da sociedade que pensa como ele. Para mim, isso é democracia.

A diferença é que eu pesco com anzol, linha e vara e eles pescam jogando uma rede. É uma diferença de estilo, mas eles terão que dar uma resposta para o eleitor
— Ricardo Teixeira (União Brasil), sobre a ‘direita influencer’ no Legislativo paulistano

O mototáxi vai ser o primeiro grande debate da legislatura?

Já está sendo. Eu não sou contra. O que eu sou contra é a gente matar as pessoas sem avisar que vão morrer. Morre uma média de 1,3 motociclistas no asfalto todo dia. Não dá pra gente ficar quieto. Aí eu ponho alguém na garupa que não está acostumado, que não é do ramo, que na primeira curva que vai pra esquerda, quando o motoboy fizer isso, eles vão cair. Tem que ter curso para o motociclista e explicar para a população como isso vai acontecer. Eu sou a favor do mototáxi, mas temos que estudar, porque senão vamos criar uma infinidade de mortes no trânsito. Não dá para ir contra a maré, mas temos que chamar a população, os médicos do pronto-socorro, as famílias que já passaram por esse sinistro. O debate tem que acontecer e seja o resultado que for o prefeito sanciona ou não.

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