Ameaçada, indústria do aço espera acordo entre governos Lula e Trump

As indústrias do aço e do alumínio brasileiras manifestaram preocupação com os impactos da nova medida tarifária anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que anunciou, na noite dessa segunda-feira (10/2), a imposição de uma tarifa 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os países, incluindo o Brasil.

As entidades que representam o setor — a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e o Instituto Aço Brasil — apostam em um esforço de negociação do governo Lula (PT) com o governo do republicano Donald Trump, a exemplo do que fizeram os governos do México e do Canadá.

O setor brasileiro ainda diz ser preciso compreender melhor as consequências práticas da medida, ainda não detalhadas, e quer encontrar, junto ao governo federal, alternativas para mitigar os prejuízos para a indústria brasileira.

O Instituto Aço Brasil citou o que chamou de “concorrência predatória” da China, que é hoje a maior rival dos EUA nas relações comerciais. A entidade pediu ao governo brasileiro a implementação de medida de defesa comercial.


Brasil atingido

  • A decisão do governo Donald Trump de taxar em 25% as importações dos EUA de aço e alumínio atinge diversos países. A medida entra em vigor a partir de 12 de março. Por isso, o governo brasileiro entende que ainda há tempo para negociação e adota cautela.
  • Ao lado do Canadá e México, o Brasil é um dos maiores exportadores de aço para os EUA.
  • Os EUA foram o destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de produtos de alumínio, segundo a Abal.
  • No seu primeiro mandato, Trump também adotou tarifas sobre importações dos metais. Na época, empresas do setor chegaram a anunciar demissões no Brasil, mas recuaram após o presidente norte-americano voltar atrás e cancelar a cobrança dos impostos.

Representando o conjunto da indústria brasileira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a decisão e disse que buscará diálogo com os EUA na tentativa de reverter a medida.

A entidade destacou que os Estados Unidos são o principal parceiro do Brasil nas exportações da indústria de transformação, especialmente de produtos com maior intensidade tecnológica, comércio de serviços e investimentos bilaterais. Segundo a CNI, em 2024, a indústria de transformação brasileira exportou aos EUA US$ 31,6 bilhões em produtos.

E também ressaltou que o Brasil não representa uma ameaça comercial para os EUA, visto que a balança comercial entre os países é, desde 2008, favorável aos americanos, ao contrário do que ocorre entre os EUA e Canadá, China e México. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões e importou US$ 40,7 bilhões.

Em 2018, no primeiro governo Trump, os Estados Unidos aplicaram tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alguns produtos de alumínio. No entanto, no caso do alumínio, alguns países receberam isenções totais (Canadá, México e Austrália) ou foram incluídos em acordos de cotas (Argentina, União Europeia e Reino Unido).

As entidades nacionais demonstram preocupação com as exportações brasileiras, dado que acesso dos produtos brasileiros ao mercado americano ficará dificultado.

A advogada Camila Tapias, sócia do Utumi Advogados, explica que a possível queda nas exportações afeta diretamente as siderúrgicas nacionais, resultando em redução de receita, impacto no emprego e desincentivo a novos investimentos no setor. Além disso, buscar mercados alternativos para escoar essa produção pode ser um desafio no curto prazo.

“A alíquota de 25% é bastante elevada e pode gerar um efeito cascata em diversos setores. O aumento do custo do aço e alumínio impacta indústrias que dependem desses insumos, como a construção civil, a indústria automobilística e o setor de bens de capital”, explica Camila. “Essas empresas terão um aumento de custos, o que pode levar a repasses de preço para os consumidores ou até mesmo a redução na produção e nos investimentos.”

A medida também terá impacto para a economia americana, pois a taxação tende a elevar o custo da produção interna, já que muitas indústrias dependem do aço e alumínio importados para manter sua competitividade. “O aumento no custo desses insumos pode ser repassado para o preço final de bens e serviços, pressionando a inflação”, argumenta a advogada.

Além disso, setores que utilizam grandes volumes de aço e alumínio, como a indústria automobilística e de construção, podem enfrentar dificuldades para manter preços competitivos, o que pode levar à redução da demanda e impactos no nível de emprego nos EUA.



Fonte: Metrópoles

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